No primeiro debate entre os três candidatos às eleições diretas de 11 de janeiro, na RTP, o tom tornou-se rapidamente tenso, com o atual presidente, Rui Rio, de um lado, e os dois desafiadores, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, do outro, quer fisicamente, quer nos argumentos.
“Eles os dois são conhecidos como sendo da maçonaria. Na maçonaria há pessoas por quem tenho todo o respeito, mas não consigo compreender como no pós-25 de Abril há necessidade de haver obediência secretas que não são devidamente escrutinadas”, afirmou Rio.
Na resposta, Montenegro assegurou que não pertence nem pertenceu à maçonaria e comparou Rio a um náufrago que “se agarra a uma boia furada”.
Já Pinto Luz admitiu ter pertencido a esta entidade “quando tinha 20 e picos anos”, mas disse já ter saído há mais de dez anos.
“Nunca me senti limitado na minha liberdade. Com a mesma liberdade que entrei, foi com a que saí, desde que tenho cargos públicos que não pertenço”, afirmou.
Os argumentos dos adversários não parecerem convencer Rui Rio que retorquiu: “O que li não dizia isso”.
O antigo líder parlamentar do PSD e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais acusaram Rio de ter tido “dos piores resultados” da história PSD nas europeias e legislativas e de ter seguido “uma estratégia errada”, com o presidente do partido a contrapor com os resultados que os seus adversários obtiveram.
“Estes dois senhores tiveram resultados eleitorais brilhantes: Luís Montenegro foi duas vezes candidato à concelhia de Espinho e não ganhou, uma vez à distrital de Aveiro e não ganhou, agora quer ganhar as legislativas, até acho que com maioria absoluta, e a Câmara de Lisboa. Os pergaminhos que apresenta são estes”, ironizou.
Quanto a Pinto Luz, Rio recordou que, quando foi presidente da distrital de Lisboa, o PSD teve maus resultados no distrito nas autárquicas de 2013 e 2017, com valores de 22% e 11% na capital.
O líder do PSD acusou ainda os seus adversários de hipocrisia por terem feito “uma guerrilha permanente” nos seus anos de mandato.
“O senhor é que não foi um líder agregador”, respondeu Montenegro, que devolveu as acusações de hipocrisia a Rio por ter montado “uma candidatura contra” Luís Filipe Menezes no Porto em 2013 e agora andar “de beijo na boca e braço dado” com o antigo autarca de Gaia.
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