Intitulada “Coimbra está mais pequena”, esta moção "é o último e mais forte recurso para confrontar o poder político socialista com uma estratégia errada de desenvolvimento económico e social do concelho, num flagrante incumprimento das promessas eleitorais a que nem o aeroporto internacional de Coimbra escapa”, afirma em comunicado a Comissão Política Concelhia do PSD, a que preside o médico Nuno Freitas, membro da AM de Coimbra.
O partido critica "a ausência de projetos estruturantes em Coimbra e o reiterado autismo político do PS em relação às propostas das restantes forças políticas, sem qualquer diálogo sério sobre a estratégia da cidade".
A próxima reunião da AM, presidida pelo antigo eurodeputado do PS Luís Marinho, ainda não está marcada, mas deverá ocorrer em novembro, para aprovação do orçamento e grandes opções do plano do município para 2019.
O "abandono completo dos parques empresariais e ausência de política de atratividade para fixação de novas empresas, casos do parque empresarial de Eiras, do iParque e da plataforma logística de Souselas", são uma das críticas.
O PSD lamenta também a "ausência de uma estratégia integrada de reabilitação urbana da Baixa e do centro histórico, com uma execução anormalmente baixa de projetos e obras", bem como o "vazio de novas soluções de mobilidade inteligente e de uma nova visão para os transportes públicos, com a agravante da exclusão de Coimbra dos passes sociais gratuitos propostos pelo Governo" no Orçamento do Estado de 2019 para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
"Inexistência de uma equilibrada rede municipal de educação que configure soluções partilhadas entre os estabelecimentos públicos, privados e sociais no município, nomeadamente em Cernache, Souselas e Lordemão, com grave prejuízo para os estudantes e para as famílias" é outras das lacunas apontadas.
Ao avançar com a moção de censura ao governo local de Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, o PSD insurge-se igualmente contra a "ausência de investimentos relevantes nacionais com colaboração municipal - desde logo, na fábula política do aeroporto internacional de Coimbra – bem como em equipamentos fundamentais como a nova maternidade de Coimbra, o novo Palácio da Justiça, a estação intermodal de Coimbra B, a Escola Secundária José Falcão ou o novo estabelecimento prisional de Coimbra".
A decisão de apresentar a moção foi já comunicada ao presidente da mesa da Assembleia Municipal, segundo o PSD, que pretende "dialogar com todas as forças políticas" com assento no órgão sobre a alegada "ausência de uma estratégia comum para Coimbra".
Com esse propósito, a direção concelhia do PSD "reuniu-se de emergência", na segunda-feira, com "a equipa de vereadores e todos os membros da Assembleia Municipal e juntas de freguesia, tendo decidido avançar com a moção de censura" ao executivo.
“Com este orçamento e plano para 2019, chegamos a meio do mandato com Coimbra mais pequena e mais atrasada”, afirma Nuno Freitas, citado na nota.
Na sua opinião, “Coimbra mais pequena só interessa ao PS, mas não melhora a vida de ninguém, agora ou de futuro".
Manuel Machado cumpre um segundo mandato pelo PS na presidência da Câmara de Coimbra, desde 2013, cargo que já tinha desempenhado durante 12 anos, com três mandatos consecutivos, entre 1989 e 2001.
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