"O problema da inversão da tendência quando tem que ser feita em política, tem que feita como se fossem capazes de ter golpes de asa e eu não acredito que esta direção, depois do que fez ao longo destes nove meses, seja capaz de fazer isso", afirmou.
Depois da sua intervenção no Conselho Nacional de hoje, no Porto, Pedro Pinto lembrou que o presidente do PSD não é um estranho, mas defendeu que primeiro está o país e o PSD.
"São palavras que doem a quem ouve, mas também doem a quem as faz. Rui Rio não é um estranho para mim, é uma pessoa com quem tenho uma relação há muitos anos e, portanto, dizer-lhe estas coisas, é uma coisa que custa. É duro dizer isto. Antes de Rui Rio e antes de Pedro Pinto, existe o país e existe o PSD", declarou.
Para o líder do PSD/Lisboa, Rui Rio devia assumir a sua responsabilidade na atual situação do PSD, e não, como fez, responsabilizar a oposição interna.
"Eu fico triste que ele nos responsabilize, por uma razão: entra pelos olhos a dentro que António Costa se tem andado a divertir com o PSD, que não encontra oposição pela parte do PSD e, portanto, Rui Rio dá-lhe um jeitão vir agora acusar a oposição, alguém que tem o poder todo, que tem as condições de conduzir a política. Ele é que é responsável pelo António Costa estar como está, é no mínimo gargalhada", defendeu.
Sobre o discurso do presidente do partido, Pedro Pinto considerou que "Rui Rio até é bom quando fala para os seus companheiros internos", podia era "guardar essa força para o partido socialista e não para os companheiros de partido".
O presidente da Distrital de Lisboa revelou ainda que fez o desafio a Rui Rio e que até agora não teve resposta.
"Já foi apresentado o requerimento para que a votação seja por voto secreto. Posso dizer que o único desafio que eu fiz a Rui Rio foi que ele se pronunciasse sobre a questão do voto secreto. Ainda não se pronunciaram o que é uma coisa espantosa", afirmou.
"Não vai ser, mas se for de braço no ar o PSD vai ser a chacota nacional", acrescentou.
O presidente do PSD, Rui Rio, apelou hoje à "maturidade e sentido de responsabilidade" dos conselheiros nacionais na votação da moção de confiança à direção, defendendo que se o caminho for outro "a derrota será certa".
Na sua intervenção no Conselho Nacional do PSD, a que a Lusa teve acesso, Rui Rio ‘devolveu', de forma implícita, as acusações do antigo líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro que o acusou de "falta de coragem" por não ter aceitado o seu repto de marcar eleições diretas antecipadas.
"Aquilo que hoje aqui se pede é maturidade e sentido de responsabilidade. Responsabilidade, que passa por não facilitar a vida aos nossos adversários, acentuar a oposição ao Governo e construir uma alternativa de governação ao Partido Socialista. Se o caminho seguido for esse, acredito que a vitória está ao nosso alcance", afirmou.
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