De acordo com a PSP, a campanha é composta por vários cartazes que serão difundidos pelas principais redes sociais, havendo ainda a intenção de os distribuir pelos diversos estabelecimentos de ensino da área de Lisboa, com a recomendação aos pais que se deverão manter informados relativamente aos indícios do jogo.
A PSP, que já difundiu algumas formas de prevenção no Facebook desta força policial, sensibiliza ainda os pais para que abordem, de forma descomplexada, com as suas crianças e jovens sobre as implicações deste jogo que consiste em desafiar o jogador a completar 50 tarefas, entre as quais cortar os lábios ou infligir mutilações no próprio corpo, podendo a última tarefa resultar em suicídio.
"Importa ainda que os pais alertem as crianças sobre os riscos de adicionar desconhecidos e recomendam que apenas a família, amigos e pessoas da escola façam parte da lista de amizades nas redes sociais".
Para que não abandonem o jogo, os administradores/curadores do "Baleia Azul" ameaçam as vítimas, dizendo inclusivamente que têm em sua posse o local de residência e informações acerca dos familiares dos jogadores, adverte a polícia.
Na perspetiva de ajuda, a PSP apela aos colegas da escola que suspeitarem de algum comportamento anómalo para alertarem os diretores de turma, professores e/ou os psicólogos escolares, devendo igualmente ser procurada "ajuda psicológica em quadros psicopatológicos com acompanhamento clínico".
A PSP lembra que a adesão ao jogo faz-se inicialmente através de conversações nas redes sociais, onde o mesmo é apresentado e proposto por amigos.
Posteriormente, o administrador/curador valida a aceitação da vítima convidada e integrada numa aplicação de conversação, através da qual passam a interagir.
Depois disso o "curador" finge interessar-se pela vítima, envolvendo-a numa mentira fisicamente autodestrutiva e psicologicamente desestruturante.
Se a vítima tentar desistir do desafio, o curador amedronta-a, fazendo acreditar que está a ser vigiada ou que pode ser humilhada.
Entretanto, o Ministério Público tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo na Internet "Baleia Azul", que estimula a automutilação e o suicídio.
"Até ao momento, foi possível localizar três inquéritos relacionados com a matéria. Correm termos nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro. O Ministério Público encontra-se, assim, atento à situação e, no âmbito dos inquéritos, não deixará de ponderar todas as medidas processuais adequadas previstas na lei do Cibercrime, incluindo a de bloqueio de 'links'", disse na segunda-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República.
O jogo "Baleia Azul", que terá começado, alegadamente, numa rede social da Rússia, onde suicídios de mais de uma centena de jovens podem estar relacionados com o jogo, foi também já ligado a casos de suicídio de jovens no Brasil.
Em Portugal, um adolescente de Sines foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço, que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o "Baleia Azul".
O jovem de 15 anos foi levado para o hospital de Setúbal depois de ter "desenhado" uma baleia num braço com um objeto cortante, uma das tarefas do jogo, disse à Lusa fonte dos bombeiros. O caso de Sines foi comunicado ao Tribunal de Família e de Menores e ao procurador de Família e de Menores de Santiago do Cacém.
Uma adolescente deu entrada terça-feira no Hospital de São João, Porto, com “sinais de automutilação” e a Polícia Judiciária está a investigar o caso suspeito de estar relacionado com o jogo “Baleia Azul”
Outro situação noticiada foi a de uma jovem de 18 anos que foi assistida pelos bombeiros de Albufeira, Algarve, na semana passada, num caso alegadamente relacionado com o jogo "Baleia Azul".
Em Portalegre, não são conhecidos pormenores do caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.
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