O pavilhão de Nou Congost, em Barcelona, foi pequeno para acolher, um ano depois da declaração unilateral de independência, a convenção fundacional do Crida, liderado por Puigdemont — seu impulsionador — pelo presidente do executivo catalão, Quim Torra, e pelo ex-líder da ANC e deputado do JxCAT Jordi Sanchez, que está detido.
Na sua intervenção por videoconferência, a partir da Bélgica, onde está exilado, Puigdemont prometeu que esta organização política, que será fundada num congresso previsto para 19 de janeiro de 2019, se dissolva quando alcançar a independência, não tendo intenção de perpetuar-se.
“É a primeira organização política que nasce com vontade de desaparecer”, sublinhou Puigdemont, que insistiu, numa mensagem dirigida aos partidos independentistas, sublinhando que a sua intenção é unir a soberania e criar uma república, “sem falar mal dos companheiros de viagem”.
“Um ano atrás, decidimos que continuaríamos a lutar, quaisquer que fossem as condições e circunstâncias, e que nos comprometeríamos a construir um país melhor, uma República”, disse Carles Puigdemont.
O político aludiu às divisões entre os independentistas, afirmando que gostava de “avançar unidos”.
Contudo, muitos de seus ex-aliados agora apostam em posições mais moderadas ou pragmáticas e já se recusaram a participar dessa nova formação política.
Os independentistas “celebraram” no sábado o primeiro aniversário da proclamação da sua “República Catalã”, em 27 de outubro de 2017, no parlamento catalão, que nunca se concretizou.
Nove de seus líderes estão presos, aguardando julgamento por “rebelião” e podem ser condenados até 25 anos de prisão.
O novo partido independentista impulsionado por Carles Puigdemont, pretende ser “transversal” e ultrapassar as fronteiras partidárias.
Há um ano, a tentativa secessionista na Catalunha assustou muitas empresas que decidiram mudar para outras cidades de Espanha a sua sede social.
Mas, a região que representa quase 20% da economia espanhola continua a crescer de forma robusta, com taxas superiores ao resto do país.
A resolução do problema catalão também depende do que acontecerá aos 25 dirigentes regionais que aguardam julgamento, por delitos de rebelião, sedição e/ou peculato.
A maior parte deles são ex-ministros regionais do anterior executivo de Carles Puigdemont e alguns (nove) estão presos preventivamente e outros (sete) fugiram para o estrangeiro (Bélgica, Suíça e Escócia) para evitar a Justiça espanhola.
Carles Puigdemont está a viver e a tentar dirigir o movimento independentista a partir de Bruxelas e com o seu ex-presidente adjunto e ainda líder da ERC preso numa prisão na Catalunha.
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