Na primeira intervenção pública após a votação, Puigdemont falou aos milhares de catalães que acompanharam a votação no parque da Ciudadela, em Barcelona, para insistir na legitimidade do processo separatista.
“Como sempre foi e sempre será”, são as instituições e os cidadãos que, “em conjunto, de forma inseparável, constroem o povo e a sociedade”, disse.
“Nos dias que se seguem, temos de manter os nossos valores de pacifismo e dignidade. Está nas nossas, nas vossas mãos, construir a república”, afirmou.
Carles Puigdemont disse ainda que, com a votação de hoje, o parlamento regional “cumpriu um passo há muito desejado” e “culminou o mandato das urnas”, referindo-se ao referendo sobre a independência de 01 de outubro.
No mesmo tom, o “número dois” do governo regional, Oriol Junqueras, pediu “responsabilidade, humildade e generosidade” aos cidadãos “da república” que hoje “transbordam de alegria” e “confiança” àqueles que possam ter “alguma razão para inquietude ou preocupação”.
“Atuamos de boa-fé, com respeito e estima”, disse Junqueras, que falava lado a lado com Puigdemont.
Os deputados independentistas do parlamento regional da Catalunha aprovaram hoje a independência da região com 70 votos a favor, 10 contra e dois em branco.
Os partidos catalães que se opõem à independência abandonaram a sala do plenário antes da votação.
Pouco depois, o senado de Espanha aprovou por maioria absoluta autorizar o governo a aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da Catalunha.
A suspensão da autonomia implica a destituição do presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e de todos os membros do seu executivo, a limitação das competências do parlamento regional e a marcação de eleições num prazo de seis meses.
O Governo espanhol, que tem agora de decidir como e quando vai aplicar as medidas, convocou um conselho de ministros extraordinário para as 18:00 locais (17:00 em Lisboa).
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