Uma equipa de vinte especialistas internacionais está a trabalhar dentro de uma estrutura de vidro, que estabelece uma distância de sete metros em redor do quadro, para que o processo da obra possa ser visto pelo público.
Restauradores, historiadores de arte, cientistas e fotógrafos compõem a equipa de trabalho para o restauro da obra, que deverá durar pelo menos um ano e meio, segundo fontes do museu, citadas pela agência espanhola Efe.
A “Operação Ronda da Noite”, definida pelo diretor do museu de Amesterdão, Taco Dibbits, como “a maior investigação” na história do quadro, também vai ser transmitida via internet, na página oficial do Rijksmuseum.
Durante o processo de restauro, serão usadas “as técnicas mais avançadas”, segundo o responsável, com apoio de inteligência artificial, a partir de informação recolhida por ‘scanner’ com raio X e infravermelhos, e uma lupa que aumenta dezenas de vezes a superfície, de modo a estudar e analisar, numa primeira fase, cada uma das partes desta pintura.
Em comunicado, o museu explica que este estudo intensivo irá centrar-se no conhecimento do processo de pintura original, dos materiais e da técnica de Rembrandt, do impacto dos tratamentos anteriores e das intervenções mais recentes, assim como a degradação e o possível futuro da pintura.
A fase de investigação, que deverá durar cerca de um ano, irá recolher 12.500 fotografias de resolução “extremamente alta” e desenvolver uma imagem 3D (em três dimensões) da obra, cita a ag~encia Efe.
A última intervenção no quadro “A Ronda da Noite”, submetido a 25 restauros, documentados ao longo da sua história, remonta a mais de quarenta anos, após um ataque de vandalismo, em 1975, que deixou a pintura com rasgos e cortes feitos com uma faca, explica a agência France Presse.
O quadro “A Ronda da Noite” pesa 337 quilos, tem 3,8 metros de altura por 4,5 metros de largura, é um definido como um dos “mais ambiciosos” de Rembrandt, pintado em meados do século XVII, explicou o diretor do Rijksmuseum, na apresentação do projeto.
Para Taco Dibbitis, a obra “pertence ao mundo inteiro”, defendendo “que o público tem o direito de ver o que é feito na pintura”.
Esta obra inspirou, em Portugal, o último romance da escritora Agustina Bessa-Luís, “A Ronda da Noite”, publicado em 2006, que relata a história ficcional de uma família que tem na sua posse uma cópia do quadro de Rembrandt, vivendo na incerteza da verdadeira autoria daquela obra.
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