Dilma nega ter cometido "crime de responsabilidade" e denuncia uma tentativa de "golpe de Estado".
A próxima batalha será travada no Senado, a menos que o governo recorra a instâncias judiciais. Estes são os passos que o processo poderia seguir na Câmara alta.
O Senado tem a palavra
O Senado, de 81 membros, vai formar uma comissão de 21 senadores, que vai dar a sua opinião sobre a admissibilidade do processo. Para que o impeachment seja aprovado no plenário do Senado e se instaure o processo, é necessária maioria simples (metade mais um) dos legisladores presentes, uma vez alcançado o quórum de 42 senadores. Se não conseguir este apoio, o processo é arquivado.
Analistas consideram improvável que, se for o caso, o Senado rejeite uma decisão que já teve o aval da Câmara dos deputados e de uma comissão própria na qual estão representados todos os partidos da Câmara alta.
Afastamento e julgamento final: três meses para recolha de provas
Se o Senado validar a abertura de um julgamento de impeachment, Dilma seria afastada provisoriamente das suas funções durante um máximo de 180 dias para dar lugar ao processo propriamente dito. Ela seria substituída, então, pelo seu vice-presidente, Michel Temer, do PMDB. Segundo os especialistas, somente nesse momento começaria a verdadeira recolha de provas e depoimentos.
A sessão final do julgamento também seria celebrada no plenário do Senado, sob a direção do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). São necessários dois terços dos votos (54 de um total de 81), para destituir definitivamente a presidente, qualquer que seja o número de presentes. Caso contrário, Dilma reassumiria imediatamente as suas funções. Nesta sessão única, o presidente do Senado pode votar porque não a dirige.
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