Num comunicado, a Guarda de Fronteira quirguiz afirma que o exército tajique abriu fogo em quatro ocasiões durante a madrugada contra posições militares do Quirguistão. Os incidentes aconteceram nas regiões quirguizes de Osh e Batken, no sul do país.

Mas as autoridades tajiques também acusaram o exército quirguiz de ter violado o cessar-fogo.

Representantes das Guardas de Fronteira dos dois lados reuniram-se durante o dia na região de Osh, segundo as autoridades do Quirguistão, afirmando que isto permitiu acabar com os disparos procedentes do Tajiquistão em três localidades.

Os guardas do lado tajique também mencionaram um encontro neste sábado para "falar sobre a estabilização da situação" e a "retirada de forças" enviadas como reforço à fronteira.

Na sexta-feira, o presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, e o seu colega do Tajiquistão, Emomali Rakhmon, reuniram-se à margem de um encontro da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) no Uzbequistão e anunciaram um cessar-fogo.

Neste sábado, Japarov declarou que não vai parar de trabalhar para solucionar "o mais rápido possível" a questão da delimitação da fronteira com o Tajiquistão, embora já tenha prometido que não abandonaria "nem um metro quadrado de terra" do país.

O balanço atualizado divulgado pelo Quirguistão é de 24 mortos e 122 feridos, segundo o ministério da Saúde. As autoridades do país também informaram que milhares de pessoas foram deslocadas no conflito.

O ministério tajique do Interior não divulgou um balanço, mas afirmou que vários civis do país morreram durante as violações da trégua.

Os confrontos entre os dois países no início da semana deixaram dois guardas de fronteira tajiques mortos e feridos dos dois lados.

As duas ex-repúblicas soviéticas têm uma relação tensa por questões territoriais que abarcam quase metade dos 970 quilómetros de fronteira comum e pelo acesso à água da Represa de Kayrakkum.

Em abril de 2021 foi registado um número sem precedentes de confrontos entre os dois países, que deixaram mais de 50 mortos e geraram temores de que o conflito poderia prolongar-se.