Até que todos os procedimentos estejam concluídos, a ex-presidente da Raríssimas não poderá aceder a nenhum dos espaços da associação, disse Margarida Laygue.
Em 20 de dezembro, a anterior direção da Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras determinou a "suspensão preventiva por 30 dias" de Paula Brito da Costa do cargo de diretora-geral da associação, por indícios de "ilícito laboral".
Na véspera de terminar o prazo de suspensão de Paula Brito da Costa, Margarida Laygue revelou à Lusa que a direção da Raríssimas decidiu continuar a suspensão, “sem data de término definida”, até estar a decorrer “todos os trâmites legais e as questões envolventes”.
“Os procedimentos legais com vista à descoberta da verdade estão em curso e devemos aguardar pela conclusão confiando nas instituições envolvidas”, disse Margarida Laygue, citando uma declaração da direção da associação.
Neste Âmbito, Paula Brito da Costa “mantém-se suspensa até indicação em contrário e não poderá aceder a nenhum dos espaços pertencentes à associação, nomeadamente a Casa dos Marcos, delegações e sede”, disse a nova presidente que tomou posse do cargo no passado dia 05 de janeiro.
A Raríssimas é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) que recebe financiamento do Estado, cuja gestão foi colocada em causa por uma reportagem da TVI, exibida em 09 de dezembro.
Os depoimentos e documentos mostrados pela TVI denunciam alegadas irregularidades, incluindo o uso indevido de dinheiro da IPSS para fins pessoais, visando em particular a fundadora e, até então, presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, que se demitiu do cargo na sequência da reportagem.
Paula Brito da Costa foi entretanto constituída arguida, no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Este caso provocou, no dia 12 de dezembro, a demissão do secretário de Estado da saúde Manuel Delgado, que a TVI noticiou ter sido consultor remunerado da Raríssimas, contratado entre 2013 e 2014, com um vencimento de três mil euros por mês.
Em 03 de janeiro, foi eleita em Assembleia-Geral Extraordinária uma nova direção da Raríssimas, com base numa lista apresentada por pais de utentes e funcionários da associação, presidida pela socióloga Sónia Margarida Laygue, mãe de uma criança de três anos com uma doença rara.
Na cerimónia de posse, em 05 de janeiro, Sónia Margarida Laygue elegeu como prioridades "esclarecer a situação financeira da instituição, manter o financiamento e apoios previstos nos próximos meses" e "retomar a confiança de todos os parceiros.
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