“Pelo contrário, vamos fazer mais testes”, respondeu o responsável, citado pela agência espanhola Efe, quando questionado sobre se o executivo de Donald Trump planeia reduzir a testagem à presença do SARS-CoV-2, diante de uma comissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

No sábado, Trump disse durante um comício em Tulsa, no Oklahoma, que pediu a redução do número de testes à presença do novo coronavírus.

Contudo, Fauci assegurou que o Presidente dos Estados Unidos não lhe fez qualquer pedido nesse sentido, nem aos restantes responsáveis sanitários.

“Tanto quanto sei, não nos foi pedido a redução dos testes. Vamos fazer mais testes”, prosseguiu o epidemiologista, que é dirigente do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias dos Estados Unidos da América e também integra o grupo de trabalho da Casa Branca para mitigar a pandemia.

O responsável, que ficou conhecido pela luta contra a sida na década de 1980, compareceu na Câmara dos Representantes juntamente com o diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Robert Redfield, que também negou ter recebido quaisquer pressões de Trump para reduzir a testagem no país.

“Estivemos e continuamos comprometidos com o incremento no imediato e acesso rápido aos testes”, vincou Redfield.

O número de casos nos Estados Unidos continua a subir, obrigando vários estados a recuar nas intenções de reabertura económica.

Donald Trump alegou durante um comício em Tulsa que os testes deveriam parar, uma vez que quantos mais testes se fazem, mais casos de infeção são registados.

As declarações do Presidente dos Estados Unidos levaram a que a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, insinuasse, na segunda-feira, que o chefe de Estado estaria a brincar.

Trump referiu, no entanto, que não estava na brincadeira e referiu que os testes apenas revelam mais casos de pessoas infetadas.

De acordo com dados do CDC, os Estado Unidos já fizeram mais de 27 milhões de testes à presença do novo coronavírus, dos quais apenas 10% revelaram infeção pelo SARS-CoV-2.

Segundo o balanço da Universidade Johns Hopkins, pelo menos 2,3 milhões de pessoas contraíram o vírus em território norte-americano e mais de 120.600 pessoas morreram.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 472 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.