“É claro que estamos a falar da resposta do regime de Kiev ao nosso ataque muito eficaz a um dos centros de decisão”, no domingo, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
Peskov disse que o ataque russo com ‘drones’ contra Kiev, no domingo, foi o maior do género contra a capital ucraniana desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022.
O porta-voz do Kremlin disse que o ataque a Moscovo “confirma, mais uma vez, a necessidade de continuar a operação militar especial e atingir os objetivos estabelecidos.
A Rússia designa a guerra contra a Ucrânia, ordenada pelo Presidente Vladimir Putin há 15 meses, como uma “operação militar especial”.
As autoridades russas acusaram Kiev de ter lançado hoje um ataque com ‘drones’ contra Moscovo, causando dois feridos ligeiros e pequenos danos em vários edifícios.
A Ucrânia negou ter sido responsável pelo ataque, que ocorreu dois dias depois de um novo bombardeamento russo contra Kiev ter provocado dois mortos.
Peskov disse que Putin foi informado em tempo real do ataque contra Moscovo e não tinha planos para se dirigir aos russos sobre o incidente.
“De momento, não existe qualquer ameaça para os moscovitas e para os residentes da região de Moscovo”, afirmou, referindo que Putin estava a trabalhar normalmente no Kremlin.
Peskov não quis responder à questão sobre se um ou alguns dos ‘drones’ intercetados foram abatidos numa zona próxima da residência de campo de Putin, Novo-Ogoriovo.
O porta-voz do Kremlin considerou ainda que todas as agências russas relevantes atuaram eficazmente em resposta ao ataque.
“O sistema de defesa aérea também fez um bom trabalho”, acrescentou.
O chefe do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigojin, manifestou uma opinião diferente e atacou duramente o Ministério da Defesa, que acusou de ter permitido o ataque contra Moscovo.
“Suas bestas imundas, o que estão a fazer? (…) Saiam dos gabinetes onde se sentaram para proteger este país. Vocês são o Ministério da Defesa (…) porque raio permitem que estes ‘drones’ cheguem a Moscovo?”, gritou num áudio divulgado na rede social Telegram.
Prigojin disse que não se importava que os ‘drones’ caíssem nos bairros residenciais da liderança militar russa, particularmente em Rubliovka, situado perto da residência de campo de Putin.
“Como cidadão, estou profundamente indignado com o facto de esta escumalha estar tranquilamente sentada nos seus traseiros gordos, besuntados com cremes caros”, afirmou.
“E é por isso que acredito que o povo tem todo o direito de pedir contas a estes canalhas”, disse Prigojin.
O chefe do grupo Wagner admitiu estar preocupado com o ataque de hoje, e lamentou o atraso de “anos, senão décadas”, da Rússia no desenvolvimento de ‘drones’, o que levou Moscovo a recorrer a aparelhos iranianos.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
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