O lançamento do satélite Khayyam, através de um foguete Soyuz, está programado a partir da base russa de Baikonur, no Cazaquistão, às 10:52 (06:52 em Lisboa), segundo a agência espacial russa, Roscosmos.
O satélite, batizado em homenagem ao poeta e estudioso persa Omar Khayyam (1048-1131), visa “monitorizar as fronteiras do país”, melhorar a produtividade agrícola, controlar os recursos hídricos e desastres naturais, segundo a agência espacial iraniana.
Há uma década que o Irão enfrenta uma seca, atribuída às mudanças climáticas, que causou crescentes disputas por recursos hídricos e terras com melhor acesso à água.
Os Estados Unidos têm acusado o programa espacial iraniano de se destinar a fins mais militares do que comerciais, enquanto Teerão garante que as suas atividades aeroespaciais são pacíficas e respeitam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 04 de agosto, fontes militares ocidentais não identificadas disseram ao jornal norte-americano Washington Post que a Rússia “pretende usar o satélite por vários meses” para apoiar a invasão da Ucrânia, antes de ceder o controlo do satélite ao Irão.
“Todas as ordens relacionadas ao controlo e operação deste satélite serão emitidas, a partir do primeiro dia e imediatamente após o lançamento, por especialistas iranianos baseados no Ministério das Comunicações iraniano”, disse a agência espacial iraniana, em comunicado, no domingo.
“Nenhum país terceiro pode aceder aos dados” enviados pelo satélite através de um “algoritmo de encriptação”, assegurou a agência, que descreveu a notícia do The Washington Post como tendo afirmações “falsas”.
Em outubro de 2005, a Rússia já havia lançado o primeiro satélite iraniano, Sina-1, da base de Plesetsk, no noroeste da Rússia.
O Khayyam será lançado três semanas após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter visitado o Teerão, em 19 de julho, onde se encontrou com o homólogo iraniano, Ebrahim Raisi, e com o líder do Irão, aiatola Ali Khamenei, que pediu o fortalecimento da “cooperação a longo prazo” com a Rússia.
Em junho de 2021, Putin refutou uma notícia do Washington Post, que alegava que Moscovo iria fornecer um satélite sofisticado ao Irão para melhorar as suas capacidades de espionagem.
A Guarda Revolucionária do Irão anunciou em março o lançamento de um novo satélite de reconhecimento militar, Nour-2, após o lançamento do primeiro, Nour-1, em abril de 2020.
O lançamento do Khayyam ocorre num momento em que decorrem na capital austríaca, Viena, conversações sobre o programa nuclear iraniano, entre o Irão, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.
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