Segundo as contas do primeiro semestre (lucros de 81,4 milhões de euros), entre janeiro e junho saíram 215 trabalhadores, tendo o Santander Totta 5.765 funcionários em junho.
Já na audição esta quinta-feira no parlamento, na comissão de Trabalho, o presidente do banco, Pedro Castro e Almeida, disse que o atual programa de reestruturação prevê a saída de quase 600 trabalhadores (por rescisões por mútuo acordo e por reformas antecipadas), os quais foram escolhidos com base na avaliação dos últimos três anos.
O gestor disse que o número fica abaixo dos objetivos inicialmente pensados (primeiro 1.000 saídas e depois 685) e que para isso contribuíram as rescisões voluntárias que o banco já tinha anteriormente e a que trabalhadores aderiram, o que já levou a acordos para centenas de saídas (a maioria dos quais já saíram no primeiro semestre e os restantes que sairão no resto do ano).
No total do ano, é assim provável que as saídas ascendam a 1.200 trabalhadores.
O presidente do Santander Totta foi questionado sobre este número no parlamento e admitiu que as saídas rondarão este valor.
O Santander Totta continua, contudo, a admitir fazer despedimento coletivo, caso não saia o número de empregados pretendidos e recusa que tal seja visto como uma pressão, considerando que faz parte da informação que os trabalhadores devem conhecer, até para poderem comparar a proposta financeira feita à indemnização mínima prevista pela lei em caso de despedimento.
No parlamento, Castro e Almeida disse o banco propõe 1,4 meses por cada ano de antiguidade e o valor estimado do subsídio de desemprego por três anos, no caso das rescisões por mútuo acordo (que não dão acesso a subsídio de desemprego).
O banco faz ainda propostas de reforma antecipada para quem tenha 55 anos ou mais.
“Em média, quem saia por rescisão por mútuo acordo irá receber 4,5 a cinco anos de salários, muito acima dos valores que a lei determina e do que a maioria das empresas em Portugal tem oferecido e oferece”, defendeu o gestor na comissão parlamentar de Trabalho.
O parlamento também ouviu esta semana o presidente executivo do BCP , Miguel Maya, já que Santander Totta e BCP são atualmente os bancos com processos mais ‘agressivos’ de saída de bancários.
Ambos os gestores atribuíram os cortes nos posto de trabalho à “necessidade de o setor se transformar e de fazer a luta da sustentabilidade”, recusando concertação entre bancos nestas reestruturações.
Falaram ainda da concorrência de novos operadores tecnológicos (com menor regulação), dos custos dos fundos de resolução e do imposto de solidariedade pago pelo setor bancário como entraves para o desenvolvimento das suas atividades. Consideraram ainda que lucro e rentabilidade é bem diferente e que os bancos não têm conseguido pagar o investimento dos acionistas.
No primeiro semestre, os lucros da Santander Totta caíram 53% para 81,4 milhões de euros e os do BCP cederam 84% para 12,3 milhões de euros.
No final de junho, o Santander Totta tinha 5.765 funcionários e o BCP tinha 6.937 empregados em Portugal.
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