“Devia ter sido apresentado um projeto para a região Centro que defendesse a coesão territorial”, disse Pedro Santana Lopes, que moderou o debate “Um aeroporto três soluções”, no âmbito da iniciativa “Figueira Encontros da Claridade”, realizada no Centro de Artes e Espetáculos (CAE) daquela cidade do distrito de Coimbra.
O autarca, que voltou a gerir os destinos da Figueira da Foz desde 2021, depois de já ter sido presidente entre 1997-2001, considerou que as estruturas regionais não trabalharam para apresentar “um projeto que fosse o mais conveniente” para o Centro, que estivesse atualmente a ser analisado pela comissão técnica.
No final do debate, que juntou Luís Machado, José Furtado e Carlos Brazão, defensores das opções de Alcochete, Alverca e Santarém, respetivamente, Santana Lopes voltou a lamentar aos jornalistas que a região Centro “não tenha apresentado um projeto que faça pensar o país de outra maneira”.
“O país todo ele precisa de ser repensado no seu equilíbrio, mas o problema é que muitas vezes o resto do país fica à espera de que as pessoas de Lisboa apresentem projetos”, referiu o antigo primeiro-ministro, que quando exerceu essas funções defendeu a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil.
Para o presidente da Câmara da Figueira da Foz, “se a região tivesse apresentado um projeto que fosse o mais conveniente para o Centro, tinha ido à luta com os outros projetos” que estão a ser analisados.
“A região Centro não teve essa atitude. As estruturas não trabalharam e não bateram o pé suficientemente”, frisou Santana Lopes, recordando que, já há 20 anos, na sua primeira passagem pela autarquia, lhe fazia impressão que a região Centro não estivesse representada nas comitivas oficiais do Presidente da República e do Primeiro-ministro nas visitas ao estrangeiro.
O autarca referiu ainda que Santarém ao apresentar uma proposta para instalação de um novo aeroporto “tapa um bocado” a possibilidade do Centro ter um a infraestrutura aeroportuária com outra centralidade regional.
“Santarém fez, se calhar, embora privados, o que a região Centro devia ter feito. Podia ser mais a sul ou menos a sul da região, mas devia ter estado neste processo todo desde o início”, sublinhou.
No início de junho, o presidente da autarquia figueirense disse que o município não subscrevia a deliberação de apoio à localização do novo aeroporto em Santarém tomada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra e defendeu que o Centro devia ter uma infraestrutura aeroportuária.
“Não queremos manifestar nenhuma preferência por nenhuma das nove opções, mas há uma posição de princípio: a região Centro deve ter o seu aeroporto”, disse, na altura, Santana Lopes (Grupo de Cidadãos Eleitores Figueira a Primeira), numa intervenção no período antes da ordem do dia da reunião do executivo.
A Comissão Técnica Independente terá de entregar ao governo, até 31 de dezembro, o relatório com as conclusões do seu trabalho indicando qual é a melhor solução para o futuro aeroporto da região de Lisboa.
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