“Não há neste momento nenhum cidadão russo com uma Autorização de Residência para Investimento atribuída que esteja na lista dos sancionados”, afirmou Santos Silva à Lusa, referindo que este foi o resultado do cruzamento de informações com o Ministério da Administração Interna.
O governante acrescentou que “há um cidadão que faz parte da lista dos sancionados e que estava num processo de candidatura a um visto ‘gold’ e esse processo foi suspenso”.
“Cautelarmente nós suspendemos o processamento de quaisquer pedidos de visto ‘gold’ por parte de cidadãos russos visto que, como aprovamos um regime dinâmico de sanções, por prudência é melhor suspender a análise de qualquer pedido apresentado por uma pessoa de nacionalidade russa”, sublinhou o ministro.
No sábado, em declarações à CNN Portugal, Augusto Santos Silva anunciou que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras [SEF] já tinha suspendido “a apreciação de qualquer dossiê de candidatura para autorizações de residência para investimento, vulgo vistos ‘gold’, de cidadãos russos”.
O investimento oriundo da Rússia captado pelo programa vistos ‘gold’ totaliza mais de 277,8 milhões de euros em nove anos e o da Ucrânia soma 32,5 milhões de euros, segundo dados do SEF avançados pela Lusa na sexta-feira.
No total, desde que o programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI) foi lançado, foram concedidos 431 vistos ‘gold’ a cidadãos russos, o que corresponde a um investimento de 277.811.929,38 euros, de acordo com o SEF.
Já este ano, foram atribuídos sete vistos ‘dourados’ a cidadãos russos.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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