“A República de Angola cumpriu o disposto nas convenções que regulam as relações diplomáticas entre países. Da nossa parte, também cumprimos. Não há nenhuma anomalia nem nenhum facto superveniente que eu tenha que assinalar, muito menos que comentar”, afirmou hoje o chefe da diplomacia portuguesa, acrescentando: “São estes os factos que eu conheço e são estes os factos que contam”.
Questionado pela Lusa sobre a pretensão das autoridades angolanas de deixarem vazia, para já, a cadeira da embaixada de Angola em Lisboa, após a saída do embaixador Marcos Barrica, segundo noticiou o Expresso, Santos Silva disse desconhecer isso.
“As relações entre Estados fazem-se não através dos órgãos de comunicação social, mas diretamente através das suas representações diplomáticas e das comunicações que estabelecem entre si. Angola comunicou em devido tempo que iria proceder à nomeação de um novo embaixador em Lisboa. Pediu o competente ‘agrément’ do Estado português, foi-lhe concedido de imediato por mim próprio e portanto é esse o ponto da situação”, afirmou.
O ministro sublinhou ainda que “compete a Angola e não a Portugal divulgar quando entender e da forma que entender quem é o novo embaixador da República de Angola em Portugal”, tal como cabe a Luanda “gerir como entender o processo de transição entre os embaixadores”.
De acordo com a edição deste sábado do semanário Expresso, apesar de o Presidente angolano já ter escolhido e de o Presidente português já ter dado o seu acordo, a cadeira da embaixada de Angola em Portugal não vai ser ocupada para já.
O semanário, que cita fonte da Presidência angolana, explica que a decisão se deve à tensão nas relações entre Angola e Portugal, devido ao processo 'Operação Fizz, que envolve o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente.
No sábado, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que é uma “questão passageira” a ausência temporária do embaixador de Angola em Portugal.
Na segunda-feira, a Presidência angolana anunciou a exoneração de José Marcos Barrica, embaixador em Lisboa desde 2009.
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