No discurso de encerramento da VII Convenção da IL, no Centro de Congressos de Lisboa, o deputado diz que ouviu os membros, quer durante a campanha interna, quer durante a reunião magna.

“O partido precisa de transformação, nós vamos fazê-la e vamos fazê-la de forma muito rápida. Queremos o partido pronto para as batalhas que queremos combater”, disse.

Rui Rocha garantiu que o partido “assume as suas responsabilidades” e vai “liderar a oposição” como considera que tem feito até aqui, dando o exemplo da posição em relação à TAP, do posicionamento sobre “os abusos da pandemia” e do foco no crescimento económico.

“O Governo pode agarrar-se ao poder, mas o Governo do PS está completamente esgotado, está politicamente morto e fomos nós que o declarámos com a moção de censura”, afirmou.

O novo presidente reiterou o objetivo da campanha de alcançar 15% caso as eleições legislativas aconteçam quando planeado, assegurando que o partido se compromete a “acabar com o bipartidarismo” que é “nefasto para Portugal”.

Durante o discurso, o novo presidente liberal aproveitou também para dirigir-se diretamente não a António Costa — que não mereceu qualquer tipo de menção —, mas sim ao líder do PSD, Luís Montenegro.
“Quero perguntar daqui a Luís Montenegro o que é que seria preciso acontecer mais para votar favoravelmente a moção de censura da Iniciativa Liberal”, desafiou, assegurando que o partido “vai continuar a liderar a oposição”.

Mas o novo presidente da IL não se ficou por esta pergunta ao líder do PSD e voltou à carga. “Quero perguntar daqui também a Luís Montenegro se nessa revisão constitucional vai estar do lado da liberdade ou do lado daqueles que querem retirar a liberdade aos portugueses”, questionou.

A música escolhida para encerrar a convenção e o seu discurso foi o “People Have the Power”, de Patti Smith, depois de Rui Rocha ter feito um apelo a todos os liberais precisamente sobre a revisão constitucional que “PSD e PS se preparam para cozinhar”.

“Já em fevereiro iremos para a rua lutar contra a revisão constitucional que vai contra os direitos dos portugueses”, prometeu.

O também deputado adiantou que "até ao final do ano" vai desafiar o grupo parlamentar a apresentar uma proposta para reforma da lei eleitoral e quer também que da bancada da IL no parlamento saiam propostas concretas para resolver os problemas dos portugueses em áreas como a da habitação, por exemplo.

Já na moção de estratégia global que saiu hoje vitoriosa, Rui Rocha comprometia-se com uma "proposta de reforma eleitoral da Iniciativa Liberal, focando-nos sobretudo na criação de um ciclo nacional de compensação que evite os mais de seiscentos mil votos desperdiçados em todas as eleições legislativas, gerando um sistema que incentiva os eleitores a voltarem sempre nos mesmos, especialmente fora dos distritos com maiores populações".

Na reta final do discurso, o novo presidente convocou todos os liberais para "esse enorme desafio" de chegar aos 15% nas legislativas de 2026 para "transformar Portugal".

Rui Rocha agradeceu ainda ao presidente cessante e seu apoiante, João Cotrim Figueiredo, considerando-o “um líder extraordinário”, mas também aos dois candidatos derrotados, Carla Castro e José Cardoso, pela “coragem cívica que demonstraram e ao modo como contribuíram para esta eleição”.

“Para que não fiquem dúvidas, ao agradecer a Carla Castro e José Cardoso, conto com todos os liberais sem exceção. Todos os que queiram participar no futuro da IL. No futuro da IL, são todos muito bem-vindos, somos todos liberais, estamos cá para mudar Portugal”, afirmou.

Antes de subir ao palco para encerrar a convenção, o novo presidente da IL afirmou que o papel que Carla Castro, candidata derrotada, terá na IL “é aquele que tem hoje e tudo o que quiser fazer dentro da participação possível no partido”.

“O passado termina hoje na IL, hoje abrimos uma nova página de crescimento, só interessa o futuro da IL”, afirmou, em breves declarações aos jornalistas, entre muitos abraços com apoiantes.

O deputado Rui Rocha foi hoje eleito o novo presidente da IL, tendo a moção apresentada pela sua lista à comissão executiva alcançado 51,7% dos votos.

À sucessão de João Cotrim Figueiredo apresentaram-se, pela primeira vez na história do partido, mais do que uma lista e disputaram a liderança os deputados e dirigentes Rui Rocha e Carla Castro e o conselheiro nacional José Cardoso na VII Convenção Nacional da IL, que termina hoje em Lisboa.