As negociações entre os afegãos devem começar no sábado no Qatar e enquadram-se num acordo de paz promovido pelos Estados Unidos e firmado no passado dia 29 de fevereiro em Doha.
“Chegarmos até aqui tardou mais tempo do que eu desejava, mas esperemos que no sábado de manhã, pela primeira vez em quase duas décadas, os afegãos se sentem à mesma mesa e se preparem para o contencioso e resolvam a forma de reduzir a violência e darem ao povo aquilo que é pretendido: um Afeganistão reconciliado, com um Governo que seja o reflexo de um país que não está em guerra”, afirmou Pompeo antes de embarcar para Doha.
Donald Trump prometeu a retirada das forças norte-americanas do Afeganistão antes das eleições de 2016, sendo que em vésperas das presidenciais de novembro, nos Estados Unidos, é previsível que Washington tente pressionar o início das negociações.
Mesmo assim, Pompeo sublinhou que os Estados Unidos admitem reforçar o contingente no Afeganistão se as partes não cumprirem os compromissos estabelecidos nas negociações.
“O nosso empenhamento para reduzir as nossas forças (Estados Unidos) a zero está condicionado pela execução das obrigações deles no âmbito do acordo e nas responsabilidades no que respeita às atividades terroristas no Afeganistão”, advertiu Pompeo.
O secretário de Estado norte-americano criticou igualmente aqueles que tentam “minar a paz” referindo-se à recente tentativa de assassínio do vice-presidente afegão, Amrullah Saleh, em Cabul.
“Os níveis de violência têm de baixar a níveis aceitáveis”, disse Pompeo.
A delegação governamental já partiu de Cabul em direção à capital do Qatar prevendo-se que faça uma escala no Dubai.
A comitiva é integrada por Abdullah Abdullah que chefia o Conselho Nacional de Reconciliação, o organismo que vai supervisionar a equipa negocial por parte do governo que é liderada por Mohammed Massom Stanikzai, antigo chefe dos serviços de informações do governo de Cabul.
Entretanto, um responsável talibã, que falou sob anonimato, disse hoje à Associated Press, que seis antigos prisioneiros que se encontravam em Cabul chegaram na quinta-feira à noite a Doha.
Os seis indivíduos fazem parte de um total de cinco mil prisioneiros talibãs que o governo de Cabul se comprometeu a libertar antes do início das negociações.
O governo exigiu a libertação de cerca de mil militares e membros da administração mantidos cativos pelos talibãs.
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