“As disputas internacionais devem ser resolvidas por meios pacíficos”, disse António Guterres aos ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países europeus, bem como aos representantes dos países que compõem o Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, numa sessão especial deste órgão das Nações Unidas.
A sessão, solicitada pela Ucrânia para assinalar os dois anos do início da invasão russa, segue-se a um evento semelhante na Assembleia Geral da organização.
Antes de Guterres tomar a palavra, o embaixador russo na ONU, Vasili Nebenzia, pediu a palavra para avisar que não iria ouvir os “mantras rituais” dos representantes europeus, a quem acusou de serem hipócritas por nunca terem pedido uma sessão semelhante para discutir a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
Não está prevista qualquer votação após a reunião do Conselho de Segurança de sexta-feira, que será uma oportunidade para os representantes europeus mostrarem a sua unidade em defesa da Ucrânia, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, também está presente.
No entanto, o evento coincide com um momento sensível nas relações devido à dificuldade que os Estados Unidos, principal fornecedor de material militar à Ucrânia, estão a ter em aprovar um novo pacote de ajuda militar a Kiev devido ao bloqueio dos republicanos, que controlam a câmara baixa do Congresso.
Na intervenção, Guterres sublinhou que é muito mais fácil chegar a um acordo sobre o futuro do que sobre o passado, numa referência à leitura particular da história russo-ucraniana que o Presidente russo, Vladimir Putin, cita frequentemente para justificar a sua invasão.
“É altura de voltar a respeitar a carta [fundadora da ONU] e renovar o respeito pelo direito internacional. É esse o caminho para a paz e a segurança – na Ucrânia e em todo o mundo”, concluiu.
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