Questionada pelo SAPO24 Eunice Guerra, Oftalmologista no Hospital CUF Tejo e na Clínica CUF Miraflores destaca que: "Ver televisão e utilizar dispositivos eletrónicos muito perto do ecrã é uma preocupação comum entre os utilizadores e a questão se isso faz mal à saúde é frequentemente levantada. A verdade é que esta questão tem elementos tanto de mito como de realidade. A principal preocupação não está necessariamente na distância em si, mas sim nos efeitos da exposição prolongada à luz azul emitida por estes dispositivos e no esforço visual contínuo".

"A realidade é que, embora não haja evidências conclusivas que provem que estar muito próximo do ecrã provoque danos permanentes na visão, existem efeitos transitórios que podem causar desconforto. A exposição prolongada a ecrãs, sobretudo a curtas distâncias, origina frequentemente sintomas como fadiga ocular, secura dos olhos e dores de cabeça, um conjunto de condições conhecido como "Síndrome da Visão do Computador", também chamada CVS (Computer Vision Syndrome). Além disso, a luz azul emitida pelos dispositivos eletrónicos pode interferir no ciclo do sono, dificultando a capacidade de adormecer e afetando a qualidade do sono", acrescenta.

Sobre a distância ideal para ver televisão ou usar dispositivos, a médica diz que "varia conforme o tamanho do ecrã e a resolução". "Para televisores grandes, recomenda-se uma distância mínima de 1,5 a 2,5 vezes o tamanho do ecrã. Para dispositivos móveis, manter uma distância de pelo menos 30 a 40 centímetros é o recomendado", esclarece.

Sublinha ainda a importância de "fazer pausas regulares, como a regra 20-20-20, que sugere que a cada 20 minutos de uso, se deve olhar para algo a 20 pés (cerca de 6 metros) de distância durante 20 segundos". Essas práticas podem ajudar a minimizar o desconforto e a proteger a saúde ocular a longo prazo, diz a Oftalmologista.