Em comunicado, o CESP avança que “há registo de grande número de trabalhadores em greve em todas as grandes cadeias de super e hipermercados como é o caso do Pingo Doce, Continente, Jumbo/Auchan e Lidl. Na Dia/Minipreço há dezenas de lojas encerradas e muitas outras com horários de funcionamento reduzidos”.
Quanto ao pessoal dos armazéns, cuja greve teve início na sexta-feira, o sindicato refere que se continua a registar “elevada adesão dos trabalhadores” ao protesto.
Segundo o sindicato, as empresas recorreram, antes do início da greve, “e continuam a fazê-lo com a greve a decorrer, à pressão, e ameaça aos trabalhadores (ameaçando-os com ‘castigos’, penalizações, faltas injustificadas, etc.), à substituição ilegal de trabalhadores em greve, trocas de horários, trocas de dias de descanso, deslocação de trabalhadores da sua loja ou armazém para outros locais de trabalho”.
“Muitas lojas abrem com um número muito reduzido de trabalhadores, com chefias a substituir os trabalhadores nas caixas ou nos balcões de atendimento e com prolongamento dos horários dos trabalhadores que não aderiram à greve”, acusa o sindicato.
O CESP denuncia ainda que as empresas e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) pretendem “reduzir a retribuição dos trabalhadores, baixando o valor do trabalho suplementar e do trabalho normal prestado em dia feriado e desregular os horários de trabalho”.
Em comunicado, fonte oficial do Pingo Doce indica que o nível de adesão à greve registado, até ao momento, “é inferior a 1% do universo total de colaboradores do Pingo Doce. Todas as 420 lojas da cadeia Pingo Doce abriram e estão a funcionar em plena normalidade”.
Já a cadeia Continente, também em comunicado, revela que as suas lojas “estão e vão manter o seu normal funcionamento nos dias 23 e 24 de dezembro”, lembrando que “por se tratar de um período de festas é natural que se verifique uma intensificação do fluxo de clientes, mas a estrutura está preparada para responder adequadamente”.
“Não se esperam, por isso, anomalias na qualidade e rapidez do serviço, assim como qualquer questão relacionada com a reposição do stock de produtos”, frisa o documento do Continente.
Os trabalhadores do retalho iniciaram hoje uma greve de dois dias, juntando-se ao pessoal dos armazéns, que começou o protesto na sexta-feira.
A paralisação, convocada pelos sindicatos da CGTP, tem como objetivo pressionar a APED a evoluir na negociação do contrato coletivo do setor para que se concretizem aumentos salariais, alterações de carreira e regulamentação dos horários de trabalho.
Na sexta-feira os trabalhadores dos armazéns e da logística do Lidl, Minipreço, Jerónimo Martins e Sonae estiveram em greve e concentraram-se junto às respetivas empresas.
As empresas associadas da APED empregam 111 mil trabalhadores.
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