Segundo o sindicato, as escalas de urgência da especialidade de medicina interna no Hospital São Bernardo, em Setúbal, "estão longe de cumprir os níveis de segurança necessários, com "vários dias ao longo do mês de agosto" com "menos de metade (nalguns casos menos de um terço) dos clínicos exigidos pelos critérios mínimos definidos pela Ordem dos Médicos".
"Esta é uma situação inadmissível e que coloca em risco a segurança na prestação de cuidados à população", lê-se num comunicado do SIM enviado à agência Lusa.
O sindicato pede, neste contexto, à Direção Clínica do hospital e à Direção do Serviço de Urgência "para que, quando os critérios mínimos não estejam assegurados, comuniquem com o INEM e encerrem a urgência".
Por outro lado, "exige ao Governo e à ARS [Área Regional de Saúde] Lisboa e Vale do Tejo a contratação de médicos" para o hospital de Setúbal.
"O SIM recusa-se a aceitar a constante desvalorização do C. H. [Centro Hospitalar] Setúbal, por falta de investimento e apela fortemente para que haja atos em vez de palavras", lê-se no comunicado, que lembra que "os problemas" nas urgências deste hospital "são crónicos e amplamente conhecidos, estando rotineiramente presentes na Comunicação Social".
A pandemia agravou a situação, segundo o SIM, por causa da "necessidade de aumentar o número de espaços físicos para prestação de assistência", bem como pela necessidade recente de abrir uma segunda unidade de cuidados intensivos no hospital, "mantendo a escala diária de dois médicos como previamente".
Além dos apelos dirigidos aos responsáveis pelo hospital de Setúbal, ao Governo e à ARS Lisboa e Vale do Tejo, o sindicato diz que enviou o comunicado para o presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos "no sentido de serem tomadas as necessárias providências".
Hospital de Setúbal diz que urgências estão a funcionar normalmente
O hospital de Setúbal reconheceu hoje dificuldades na contratação de médicos para as escalas das urgências, mas garantiu que o serviço está a funcionar normalmente.
"O Serviço de Urgência Geral está a funcionar normalmente e de forma articulada com os hospitais da Península de Setúbal, apesar das dificuldades que temos tido na contratação de profissionais para constituição de escalas e não comprometendo o gozo de férias por parte dos nossos colaboradores que se acumularam em virtude da total dedicação ao surto pandémico", lê-se numa resposta à agência Lusa do gabinete de comunicação do Centro Hospitalar de Setúbal.
Segundo a resposta hoje enviada à Lusa pelo gabinete de comunicação do centro hospitalar, o número de médicos no hospital tem aumentado nos últimos três anos e passou de 393 mais 82 em regime de "prestação em regime individual" em 2018 para 400 mais 100 prestadores de serviços em 2020, não tendo fornecido números relativos a 2021.
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