"É uma situação caótica. Eu já não me recordo de ver uma situação tão deprimente como esta", afirmou Fátima Monteiro, dirigente do SEP.
A sindicalista falava, em conferência de imprensa, junto ao Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde, disse, se observa a situação mais grave do distrito do Porto.
Aos jornalistas referiu que na manhã de hoje estavam 31 doentes em macas na urgência a aguardar internamento devido à insuficiência de camas no hospital para os receber.
Fátima Monteiro referiu que as camas na urgência estão de tal forma próximas umas das ouras que os doentes se podem tocar com as mãos, o que considera um risco para a saúde dos utentes e dos profissionais, devido ao perigo de propagação de infeções.
A sindicalista acrescentou não compreender o que se passa no hospital de Penafiel, que disse não ter estrutura física para acolher mais doentes, ao mesmo tempo que, no mesmo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, na unidade de Amarante, há espaço com boas condições que está subaproveitado.
A dirigente refere que o problema seria resolvido com a criação em Amarante de mais camas para internamento, o que representaria um investimento que estimou em cerca de dois milhões de euros, que só não foi ainda realizado,referiu, por falta de verbas por parte da tutela.
"Não se compreende esta cegueira económica e economicista. Está ali um elefante branco desocupado", exclamou, referindo-se ao hospital de Amarante.
Fátima Monteiro negou, por outro lado, que as dificuldades do hospital Padre Américo sejam de caráter sazonal, apesar de, reconheceu, se tornar ainda mais complicado com os surtos de gripe. Referiu, a propósito, que há cerca de três a quatros anos é habitual ver-se doentes nos corredores do serviço de medicina, devido à falta de capacidade de internamento.
A insuficiência de enfermeiros no CHTS é outro problema com anos e identificado pelo SEP. A dirigente estima que no caso do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa faltem cerca de 20 enfermeiros, situação que se nota também na urgência com a degradação do serviço prestado aos doentes.
Na segunda-feira, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa comentando as dificuldades que se observam na urgência, referiu à Lusa que "a situação está a ser acompanhada e foram contratados mais enfermeiros e assistentes operacionais que vão permitir, não só reforço do número de efetivos, como também a sua distribuição nos turnos e nos postos de trabalho".
Assinalando que "o período sazonal leva a que se verifique um aumento da afluência ao serviço de urgência", a administração assinalou que "foi definido um plano de contingência sazonal que tem levado a um aumento do número de camas e à afetação de mais recursos de acordo com as autorizações obtidas da tutela".
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, com unidades hospitalares em Penafiel e Amarante, serve uma população de cerca de 540 mil habitantes, de 12 concelhos.
Nas últimas semanas tem-se registado uma afluência elevada de doentes aos serviços de urgência dos dois hospitais.
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