“Apesar de toda a disponibilidade que o sindicato tem demonstrado, pretendendo evitar ao máximo a utilização de formas de protestos, como a greve, que prejudica as pessoas que já de si têm grandes dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, a verdade é que, não existindo uma proposta concreta, não restará outra solução que não seja desenvolver esse tipo de protesto”, disse à Lusa o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha.
Segundo o SIM, no ano passado foi assinado um protocolo entre o Governo e os sindicatos em que existia um compromisso de, até 30 de junho de 2023, se chegar a um acordo em relação a um conjunto de situações, nomeadamente recuperação do poder de compra dos médicos, ou seja, os salários.
Roque da Cunha frisou que o sindicato aguarda “com grande paciência e vontade de chegar a um acordo” com o Ministério da Saúde, porque “a greve é a última forma de protesto”.
“Esperemos que o Governo faça nestes últimos 15 dias aquilo que não fez nestes últimos 300” e apresente “uma proposta concreta, séria, responsável para que se evite mais esta perturbação no Serviço Nacional de Saúde”, frisou, defendendo que “infelizmente a greve terá de ser uma das hipóteses muito seriamente colocadas em cima da mesa”.
Roque da Cunha sustentou que, nestes últimos meses, o SIM evitou “ao máximo” que acontecesse uma greve, mas, se os médicos forem empurrados para uma paralisação, “a responsabilidade será do Governo, já que não aproveitou esta vontade muita série de chegar a um acordo”.
“Não fizemos greve durante o período negocial, esperamos uma proposta razoável”, sublinhou.
O SIM defende que a proposta do Governo deve, pelo menos, conseguir “recuperar o poder de compra perdido nestes últimos 10 anos e possa ser de alguma maneira comparativamente competitiva com o setor privado”, não só com salários, mas também com condições de trabalho e investimentos em equipamentos e instalações.
O outro sindicato do setor, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), anunciou, no início do mês, uma nova greve para 5 e 6 de julho, alegando que o Governo continua sem apresentar uma proposta de aumentos salariais a menos de um mês do fim das negociações.
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