“Hoje, à semelhança dos dias anteriores, continuamos a ter uma greve com números muito satisfatórios. Isso significa que hoje a média nacional (de adesão) foi de 83%”, declarou à Lusa Carlos Ramalho.
Para o presidente do Sindepor, o balanço da greve “é muito positivo”.
“Nós estamos satisfeitos com os resultados desta greve porque, de facto, atingiram valores sempre acima dos 80% e a média geral foi de 80 a 85%”, sublinhou ainda.
Para Ramalho, “os objetivos para esta greve era uma adesão fortíssima e foi o que aconteceu”.
“Agora, vamos aguardar para retomar novamente as negociações com o Ministério da Saúde. Caso isso não aconteça, vamos continuar com as nossas formas de luta, por que este é o compromisso que temos com os enfermeiros”, afirmou.
Ramalho referiu também que esta é “uma luta de desgaste” e estão “sempre disponíveis para continuar a lutar”.
“Os serviços mínimos foram todos cumpridos e não houve, digamos, um impacto muito negativo em termos daquilo que foram as consequências para a população. O objetivo nunca foi prejudicar demasiado a população”, declarou ainda.
Os enfermeiros reclamam o descongelamento das progressões de todos os profissionais, independentemente do vínculo ou da tipologia do contrato de trabalho e que sejam definidos os 35 anos de serviço e 57 de idade para o acesso à aposentação destes profissionais.
Exigem ainda que o Governo inclua medidas compensatórias do desgaste, risco e penosidade da profissão, assegurando as compensações resultantes do trabalho por turnos, defina condições de exercício para enfermeiros, enfermeiros especialistas e enfermeiros gestores que determinem a identificação do número de postos de trabalho nos mapas de pessoal e que garanta, no caso dos especialistas, uma quota não inferior a 40%.
O Sindepor exige também que o Governo aplique corretamente a legislação e o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas em funções e equipare, sem discriminações, todos os vínculos de trabalho.
Foram decretados serviços mínimos, como sempre nas greves no setor da saúde, que incluíram todos os serviços de urgência, cuidados intensivos e outros, como quimioterapia e algumas cirurgias.
A definição dos serviços mínimos na greve dos enfermeiros teve de ser submetida a tribunal arbitral, por desacordo quanto aos serviços a incluir.
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