À chegada para um encontro com May no n.º 10 de Downing Street, a residência oficial do chefe do Governo britânico, António Costa considerou “muito importante” reiterar a solidariedade de Portugal para com o Reino Unido.
"Para nós, é muito importante expressar solidariedade com o terrível incidente em Salisbury e o nosso apoio a todas as iniciativas", acentuou.
O chefe de governo português agradeceu também as palavras de Theresa May sobre o centésimo aniversário da batalha de La Lys, a mais mortífera para os soldados portugueses durante a Primeira Guerra Mundial, celebrado na segunda-feira.
"Foi um momento muito dramático que vivemos juntos e significativo da nossa relação, porque já existia antes da União Europeia e vai com certeza continuar por muitos anos depois da vossa saída", disse o primeiro-ministro português.
May começou por manifestar o agrado em receber Costa e por lhe expressar o valor que o Reino Unido dá à longa aliança entre os dois países.
"A nossa cooperação e parceria é mais antiga, tem sete séculos, e temos muito para discutir a cooperação em várias áreas: ciência, artes, desportos, defesa", declarou.
Entre as questões chave que enumerou para tema de discussão, referiu a Síria, Salisbury, "mas também a futura parceria do Reino Unido com a União Europeia" após o Brexit e ainda as relações financeiras com Portugal e a forma de as manter no futuro.
O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do Brexit.
António Costa está em Londres para uma visita de dois dias, tendo hoje um encontro também com a comunidade portuguesa.
O segundo dia do primeiro-ministro na capital britânica, na quarta-feira, será totalmente dominado pela agenda económica, começando com um pequeno almoço com potenciais investidores.
Depois, António Costa participa num fórum de negócios "Portugal/Reino Unido e numa conferência económica sobre negócios entre Portugal e a Índia.
A crise diplomática originada pelo envenenamento do antigo espião Sergei Skripal e da sua filha Yulia já levou à ordem de expulsão de cerca de 300 diplomatas.
A 14 deste mês, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos, uma manobra diplomática que foi seguida nos últimos dias por muitos países ocidentais, pela Ucrânia e pela NATO, o que afetou mais de 150 membros de representações diplomáticas da Rússia em dezenas de países.
Na União Europeia, foram 18 os países que seguiram os procedimentos de Londres, ordenando a expulsão de mais de 30 diplomatas russos, além dos 23 que foram inicialmente mandados sair do Reino Unido.
Estas expulsões foram anunciadas pela Alemanha (quatro expulsões), França (quatro), Polónia (quatro), Lituânia (três), República Checa (três), Espanha (dois), Itália (dois), Holanda (dois), Dinamarca (dois), Suécia (um), Letónia (a), Roménia (um), Croácia (um), Finlândia (um), Estónia (um), Hungria (um), Irlanda (um) e Bélgica (um).
Portugal foi um dos países que, juntamente com a Eslováquia, Bulgária, Luxemburgo e Malta, chamaram embaixadores para conversações, mas não expulsaram diplomatas russos.
Depois do anúncio destes países, a Rússia anunciou que iria retaliar proporcionalmente, criticando as medidas tomadas por Londres sem provas e reafirmando a sua inocência na utilização de um agente químico para envenenar o antigo espião Skripal e a sua filha.
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