"A nossa Constituição da República é amiga da paz. Neste sentido, se o Governo a ler e cumprir, está no caminho certo", disse Jerónimo de Sousa à margem da manifestação de trabalhadores, convocada pela Interjovem/CGTP-IN, em Lisboa.
Segundo o líder comunista, a "posição inicial [do Governo] tem a ver com os comandos constitucionais que existem em relação à questão da cooperação, da paz, do relacionamento com outros povos e países".
Na terça-feira, em entrevista à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou que "Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo", mas Portugal ficou para já de fora do rol de países que seguiram o exemplo do Reino Unido de expulsar diplomatas russos dos seus territórios após o "caso Skripal".
"Neste submundo da espionagem não se pode ter certezas certas. Deve haver apuramento de responsabilidades, naturalmente com todas as consequências", alertou o secretário-geral do PCP
O envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, com um gás neurotóxico no dia 04 de março na cidade inglesa de Salisbury, foi atribuído pelos responsáveis de Londres aos serviços secretos de Moscovo e levou ao congelamento das relações bilaterais britânicas com a Rússia, desencadeando uma crise diplomática alargada.
Jerónimo de Sousa destacou a "preocupação" principal do PCP, que consiste no "sentido em que vai o mundo", com "o aumento da escalada [de violência], conflitos em várias partes do globo, reforço da militarização e do armamento, particularmente nuclear".
"Consideramos que este caminho tem de ser travado. Isso encaixa em relação à posição do Governo. Aquilo que deve fazer é ler e cumprir a Constituição que se afirma pela paz, solidariedade e relação com outros povos e países, num quadro em que o direito internacional deve prevalecer", sob "a égide da ONU" (Nações Unidas), para "resolver esta escalada", disse.
O líder comunista afirmou ainda que "deve ser uma preocupação de todo o homem e mulher de progresso, democratas e patriotas", o facto de existir atualmente "armamento capaz de destruir seis vezes o planeta".
[Notícia atualizada às 18h10]
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