O choque frontal de dois comboios, que circulavam pela mesma via em sentido contrário, ocorreu pouco antes da meia-noite de terça-feira, na região central da Grécia.

Uma porta-voz do corpo de bombeiros afirmou que as equipas de resgate trabalharam durante toda a noite para procurar sobreviventes, mas as possibilidades de encontrar alguém são cada vez menores.

"O tempo não está do nosso lado", admitiu a porta-voz.

O chefe da estação que estava de serviço no momento do acidente foi detido e deve comparecer ao tribunal nesta quinta-feira na cidade de Larissa.

O homem de 59 anos vai ter de explicar como um comboio de passageiros com mais de 350 pessoas a bordo circulou na mesma via que uma composição de mercadorias por vários quilómetros. O suspeito será acusado de homicídio e pode ser condenado a prisão perpétua.

Os dois comboios colidiram perto de um túnel nas proximidades da cidade de Larissa. Duas carruagens ficaram esmagadas e uma terceira incendiou-se com as pessoas bloqueadas no seu interior.

Os sobreviventes descreveram cenas de horror e caos. Muitos conseguiram escapar por entre vidros partidos e destroços quando o comboio virou e conseguiram sair pelas janelas.

Elementos das equipas de emergência afirmaram que nunca tinham testemunhado uma tragédia de tal magnitude. Muitos corpos foram encontrados carbonizados e alguns passageiros eram identificados por partes de seus corpos.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis anunciou uma investigação profunda sobre a tragédia.

"Tudo indica que, lamentavelmente, o acidente foi provocado por um trágico erro humano", declarou Mitsotakis.

O governo decretou três dias de luto nacional e o ministro dos Transportes pediu a demissão poucas horas depois do acidente.