“O Governo fez em 30 dias o que o anterior governo não foi capaz de fazer em oito anos – regressar às decisões do Governo Sócrates. A todas elas: ao aeroporto em Alcochete, à nova travessia do Tejo e a o TGV Lisboa-Madrid”, escreveu o antigo primeiro-ministro (2005/2011) numa nota enviada à agência Lusa.
José Sócrates considerou depois “muito divertido assistir ao pulo acrobático dos partidos da direita”, numa alusão ao PSD e CDS-PP.
“O que antes eram obras faraónicas e desperdício de recursos públicos passaram agora a constituir infraestruturas absolutamente prioritárias para o desenvolvimento. Bravo. Dezasseis anos depois”, referiu.
Na mesma nota, o antigo líder dos socialistas insurgiu-se contra o discurso dos “cinquenta anos de estudos” sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, considerando que com isso se “pretende meter tudo no mesmo saco”.
“Muito conveniente, mas falso. Absolutamente falso. No meu Governo, estudámos e tomámos decisões. Dezasseis anos depois voltamos a elas. Dezasseis anos depois”, acentuou.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).
“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, afirmou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.
A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.
O PSD decidiu constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.
O presidente social-democrata, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito, que a decisão seria tomada “nos primeiros dias” de Governo.
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