A vida está difícil para os partidos da direita parlamentar. Uma sondagem da Aximage, hoje divulgada pelo Jornal de Negócios, PSD e CDS estão em mínimos históricos. O partido de Pedro Passos Coelho recolhe apenas 24,6% das intenções de voto e o partido de Assunção Cristas fica-se pelos 4,6% - são os números mais baixos de sempre para estes dois partidos.
Em sentido contrário, o PS surge a crescer, conseguindo chegar mais perto da maioria absoluta, com 43,7% das intenções de voto. Sozinho, o PS é mesmo o partido que mais cresce, passando dos 32,3% em 2015 para os 43,7%, segundo o estudo da Aximage.
Se juntarmos os três partidos da atual solução de governo (PS, BE e PCP), vemos que juntos conseguem, nesta sondagem, 61% das intenções de voto, alargando o número de deputados conseguidos em 2015, quando estes partidos conquistaram cerca de 50% dos votos.
A subida do PS é feita com os votos que escapam à direita, já que Bloco e PCP se mantêm estáveis nas intenções de voto. E para a atual solução de governo é bom que assim seja, já que tanto Catarina Martins (BE) como Jerónimo de Sousa (PCP) descartam a hipótese de ser “jarras” ou “peninhas no chapéu”, como disseram, respetivamente, os líderes dos partidos da esquerda que sustentam o governo socialista.
Ainda assim, Bloco de Esquerda e Partido Comunista descaem nesta sondagem. O Bloco recolhe 9,7% das intenções de voto (nas eleições conseguiu 10,2%) e a CDU (PCP + Verdes) consegue apenas 7,8% das intenções de voto, contra os 8,3% que obteve nas últimas legislativas.
Do outro lado do parlamento, contudo, a relação não está tão saudável. Se fossem juntos a eleições por esta altura, PSD e CDS conseguiam apenas 29,2% das intenções de voto, valor quase 10 pontos percentuais abaixo dos 38,5% que a coligação Portugal à Frente, que juntava estes dois partidos, nas eleições de 2015. É preciso recuar até 1976 e a um contexto político e social completamente diferente do atual, como lembra o Negócios, para encontrar valores tão baixos no PSD.
Pelo contrário, nas mesmas eleições, o CDS, então encabeçado por Diogo Freitas do Amaral, conquistou o seu melhor resultado de sempre - 15,98% dos votos, ou seja, 42 deputados.
Nessas legislativas, dois anos depois da revolução, ganhou o Partido Socialista, de Mário Soares. Na sondagem hoje divulgada, o PS, com António Costa à cabeça, consegue aproximar-se da maioria absoluta, com 43,7% das intenções de voto. José Sócrates, outro socialista, conseguiu a primeira maioria absoluta do PS em 2005, elegendo 120 dos 230 deputados com 45% dos votos.
Nesse ano, de ressaca do famigerado governo de Pedro Santana Lopes, o PSD conquistou o segundo pior resultado de sempre, com apenas 29% dos votos, explica também o Jornal de Negócios.
O estudo tem por base 601 entrevistas, recolhidas entre 7 e 11 de junho.
[Notícia atualizada às 12:00 com informação das percentagens do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista]
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