De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, o memorando de entendimento foi assinado entre um grupo de empresas taiwanesas e a Associação Lituana de Defesa e Segurança.

A assinatura do acordo aconteceu durante uma reunião que contou também com a presença da vice-ministra da Defesa da Lituânia, Monika Korolioviene, e do ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung.

Num discurso, Lin acusou “países autoritários” como a China e a Rússia de empregarem táticas de “zona cinzenta” e coerção económica “para pressionar as nações democráticas, o que representa uma séria ameaça”.

“A segurança da Europa e da região Indo-Pacífico está intimamente ligada e os parceiros com valores semelhantes devem unir-se para defender o modo de vida livre e democrático”, afirmou o ministro.

Lin destacou o “grande potencial” dos aparelhos aéreos não tripulados, conhecidos como ‘drones’, para a cooperação bilateral entre Taiwan e a Lituânia.

A vice-ministra da Defesa do país báltico, que faz fronteira com a Rússia destacou que o reforço das capacidades defensivas das democracias é uma tarefa urgente face à “expansão autoritária”.

“A Lituânia continuará a aprofundar a sua cooperação com os países do Indo-Pacífico e espera colaborar estrategicamente com Taiwan na indústria dos ‘drones'”, disse Korolioviene, em declarações incluídas no comunicado.

O acordo foi anunciado um dia depois de um memorando semelhante com a vizinha Letónia, também durante a visita de uma delegação de Taiwan liderada por Lin.

Taiwan pretende reforçar o papel na cadeia de abastecimento global de produtos tecnológicos e demonstrar as suas capacidades no desenvolvimento e fabrico de ‘drones’.

Em setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da ilha lançou uma iniciativa para promover o desenvolvimento internacional desta indústria.

O Governo pretende aumentar a produção de ‘drones’ de Taiwan para 15 mil unidades por mês até 2028 e aumentar o valor do setor para 30 mil milhões de dólares de Taiwan (881 milhões de euros), dez vezes mais que o valor atual.

A Letónia e a Lituânia, bem como outros países da Europa Central e Oriental, reforçaram os laços com a ilha nos últimos anos, especialmente após a invasão russa da Ucrânia, apesar de manterem relações diplomáticas com a China.