Em 2015 e a convite do Governo português, David Neeleman concorreu à privatização da TAP. O que encontrou foi "uma empresa falida, completamente descapitalizada, sem tesouraria e em risco de não conseguir pagar salários", afirmou num artigo de opinião no Expresso. Para além dessas dificuldades, David Neeleman, em 2015, encontrava uma das frota de aviões mais envelhecidas da Europa na transportadora.
Colocou 'mãos à obra' e com o seu consórcio, a Gateway, criou um Plano Estratégico para a TAP que "tinha como pilar a renovação da frota da TAP. Tal renovação não era uma condição da privatização, mas antes um elemento diferenciador, uma “exigência” da nossa proposta, por considerarmos que era absolutamente crítico para o futuro da companhia".
Neeleman explica que a compra das 53 aeronaves Airbus NEO permitiram à empresa uma maior eficiência energética e a expansão para novos mercados. Com isso, anulando a anterior encomenda das 12 aeronaves Airbus A350, que explica: "a TAP não tinha condições financeiras para pagar essa compra, uma vez que estava totalmente descapitalizada: não tinha fundos para pagar salários, muito menos para honrar as prestações relativas à compra de novos aviões. Por outro lado, a TAP não podia ceder, transferir a terceiros ou monetizar essa posição contratual, pois, para isso, necessitaria do acordo da Airbus. Ora, a Airbus confirmou por escrito, numa carta que foi do conhecimento da PARPUBLICA e, consequentemente, dos Governos, a sua indisponibilidade para aceitar tal cedência e referiu que, em caso de default, situação provável face às graves dificuldades da companhia, faria cessar os contratos, apropriando-se do sinal pago pela TAP".
Neeleman também explicou o pagamento de salários com fundos Airbus: "voltando aos ditos fundos Airbus (226 milhões de dólares de prestações acessórias), eles foram utilizados exclusivamente pela TAP no pagamento de salários e nas suas necessidades de tesouraria. Na verdade, tais fundos, em conjunto com as outras prestações acessórias e o empréstimo da Azul, salvaram a TAP de uma insolvência imediata".
O empresário ainda defende a sua passagem pela companhia, apontando que: "em resultado dos quase cinco anos da nossa gestão executiva na TAP até à COVID-19, a companhia não precisou de um euro do Estado português e diminuiu brutalmente a exposição do Estado à dívida da TAP pré-privatização (...) A nossa equipa transformou uma empresa à beira da falência num grupo empresarial revigorado do ponto de vista financeiro, dos seus recursos humanos e com uma frota moderna e preparada para o futuro".
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