Na mensagem, a que a Lusa teve acesso, o SPAC disse que a TAP, “através da Comunicação Social, informou os portugueses de que está preocupada com 40 pilotos e 110 tripulantes de cabine que, de acordo com a lei, colocaram para o mês de dezembro as licenças de parentalidade”.
De acordo com a organização, “a empresa optou por despedir pilotos e tripulantes de cabine num passado recente, num processo trágico que ainda hoje se arrasta e escolheu alienar aviões que hoje tanta falta fazem”, acrescentando que a TAP “agora, ignora este facto e a escassez de pilotos e tripulantes, ignora o planeamento de voos desfasado da realidade que tem, ignora o direito consagrado na lei, transversal a todas as empresas e a todos os trabalhadores em Portugal de gozarem as suas licenças e atribui a responsabilidade colocando o ónus em 3% dos pilotos”.
“A não ser que a legislação que regula as licenças de parentalidade seja uma novidade deste ano, estamos perante uma tentativa de preparação da opinião pública para tornar plausível o cancelamento de mais de 400 voos, entre os meses de novembro e dezembro”, acusou o SPAC.
O sindicato disse que este número é “incompreensível”, referindo que “por mais que se tente justificar tantos cancelamentos com a ausência de 40 pilotos, que foram pais e mães, num universo de 1.200, nunca vão conseguir escamotear a verdade irrefutável: faltam pilotos, faltam tripulantes de cabine e faltam aviões”.
“Temos a mais sincera esperança que, na tentativa de escamotear esta realidade, não se recorra mais uma vez aos avultados gastos de capital na contratação de empresas externas (ACMI)”, disse o SPAC.
Para a estrutura sindical, “estas opções de gestão são reféns de um plano desajustado que foi incapaz de prever o futuro que todas equipas de gestão das empresas de aviação viram”, uma situação “que acarreta custos elevadíssimos para todos e causa danos graves, tanto na credibilidade da marca TAP, como na confiança dos passageiros”.
“Mais uma vez, revela-se a incapacidade e irresponsabilidade de uma gestão que não está à altura do bom nome da marca TAP”, acusou o SPAC.
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