“O SPAC congratula-se com a divulgação do relatório da IGF, pondo fim a um episódio que todos desejávamos que nunca tivesse acontecido, envolvendo a saída de uma ex-administradora da TAP, sobretudo pela transparência do ato que contrasta com a opacidade do Plano de Reestruturação”, frisou este sindicato.
A IGF concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou hoje o Governo, que vai pedir a devolução da indemnização.
Na sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, e anunciou que escolheu Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, para assumir ambos os cargos.
Em comunicado, o SPAC referiu que “sempre exigiu esta investigação e sempre denunciou o que pareceu ser erros de gestão”.
O sindicato sublinhou também que “a presente situação” demonstra que é “necessário supervisionar a qualidade dos atos de gestão”.
“Ao contrário do que nos foi afirmado pelo atual ministro das Infraestruturas [João Galamba], que não lhe interessava as ações de gestão, só o resultado final”, frisou ainda.
“Para o futuro esperamos que o poder político encontre a estabilidade necessária para resolver um dos maiores problemas da aviação comercial em Portugal, como é a construção de um novo aeroporto, de modo a proporcionar as condições exigidas pela indústria para potenciar este negócio o que se refletirá também nas condições de trabalho”, acrescentou.
Sobre os “bons resultados financeiros” da companhia aérea portuguesa anunciados pelo Governo, o SPAC salientou que “estes lucros não podem ser obtidos à custa dos cortes salariais dos trabalhadores, nomeadamente dos pilotos, que são ainda os responsáveis por mais de 90% do volume financeiro envolvido neste financiamento a fundo perdido”.
O sindicato dos pilotos realçou que “o futuro da companhia são o mais importante, para assegurar condições de trabalho dignas e atraentes para todos”, considerando que isso ainda não sucede na TAP.
“Veja-se a dificuldade em contratar, ainda esta semana anunciada (…). Isto porque os cortes salariais se mantêm apesar do anúncio [de bons resultados]”, apontou.
Sobre as alterações na administração, o sindicato lembrou que “mudar as equipas a meio de uma legislatura é contraproducente”, por atrasar e prejudicar “a estabilidade e as exigências que a indústria e os trabalhadores tanto necessitam”.
Mas sobre a nomeação de Luís Silva Rodrigues, o sindicato dos pilotos elogiou a escolha de um “gestor português com provas dadas de excelente profissionalismo”.
“O SPAC dá as boas vindas, desejando as maiores felicidades ao novo CEO estando disponível para um encontro assim que possível, prosseguindo o caminho que tem estado a ser traçado na obtenção de um novo AE [Acordo de Empresa]”, concluiu o sindicato na nota de imprensa.
Comentários