Em declarações aos jornalistas durante uma visita a campos de milho que foram destruídos, na zona do Baixo Mondego, pela tempestade Leslie, Assunção Cristas frisou que a discussão sobre um eventual seguro obrigatório terá de ser colocada "em cima da mesa" a prazo.
"Há um problema desde logo: é um custo adicional para os agricultores e portanto não se pode fazer isso sem, ao mesmo tempo, baixar muito o preço dos seguros, nomeadamente através do apoio comunitário dos fundos europeus do PDR 2020 e, de hoje para amanhã, doutro programa", argumentou a líder centrista.
"Uma coisa sem a outra não é viável, porque isso penalizaria os agricultores, sem que eles conseguissem, depois, prosseguir a sua atividade", avisou.
Assunção Cristas enfatizou que quanto mais pessoas tiverem seguros "mais baratos serão esses seguros e melhores coberturas conseguem ter", podendo, no futuro, evoluir-se para um sistema de seguros "cada vez mais eficaz", financiado por fundos europeus, experiência que disse ter sido iniciada pelo Governo anterior e que retrocedeu com o atual Governo.
"É preciso aqui que o Governo não dê passos atrás, como infelizmente deu, quando retirou uma parte do cofinanciamento dos fundos comunitários. Pelo contrário, é preciso que se empenhe em estabelecer mais coberturas adicionais, em negociar com as seguradoras, em conseguir ter melhores condições", alegou Assunção Cristas, defendendo que o Governo "insista e aprofunde esse caminho".
Durante a visita de hoje, Armindo Valente, presidente da cooperativa agrícola de Montemor-o-Velho, estimou em 10 a 15 milhões de euros os prejuízos causados pela tempestade de 13 de outubro nas culturas do Baixo Mondego, revelando que foram afetados cerca de seis mil hectares de milho e 300 de arroz e entre seis a sete mil agricultores.
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