“Foi uma noite muito dececionante para os conservadores. Excelentes eurodeputados perderam os seus lugares, excelentes candidatos foram vencidos (…) Isto mostra a importância de se encontrar um acordo para o ‘Brexit'”, declarou Theresa May na rede social Twitter.
“Espero sinceramente que estes resultados estejam no centro dos debates no parlamento”, adiantou.
O Partido Brexit (PB) foi o vencedor claro das eleições europeias no Reino Unido, ao eleger 28 dos 73 eurodeputados britânicos, em grande parte à custa do partido Conservador, indicam os resultados anunciados.
O partido, cuja única proposta é concretizar a saída do país da União Europeia (UE) mesmo sem acordo, foi formado há menos de dois meses e tem à frente o eurocético Nigel Farage, antigo líder do UKIP.
O PB recolheu 31,6% dos votos, tendo conseguido capturar a insatisfação de muitos eleitores com o impasse do processo do ‘Brexit’ e com a incapacidade do governo da conservadora May de implementar o resultado do referendo de 2016, quando 52% votaram para sair da UE.
Fortemente castigado, o partido Conservador reelegeu apenas três dos 19 eurodeputados que tinha até agora, reunindo perto de 9% dos votos, uma queda de 15 pontos percentuais relativamente a 2014.
Outra vítima do descontentamento dos eleitores com os principais partidos políticos foi o Trabalhista, cuja posição ambígua de recusar apoiar o plano do governo para o ‘Brexit’ sem exigir claramente um novo referendo levou muitos apoiantes a votarem noutros partidos.
Os principais beneficiados, com as descidas dos Conservadores e dos Trabalhistas, foram os partidos claramente pró-europeus e anti-Brexit, como o Liberal Democrata, que disparou para o segundo lugar ao eleger 15 eurodeputados (um em 2014), e os Verdes, que passam a ter sete eurodeputados (três em 2014).
A soma da percentagem dos votos pró-Brexit, do PB e do UKIP, é equivalente aos 35% que Liberais Democratas, Verdes e Change UK acumularam.
Os resultados completos das eleições europeias no Reino Unido só serão conhecidos hoje, quando forem contados os boletins na Irlanda do Norte, que usa um sistema de eleição por voto transferível, e na Escócia, onde ainda faltam parte dos votos das ilhas mais remotas.
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