Num documento enviado hoje à comunidade alargada do CES, a que a agência Lusa teve acesso, a nova equipa da direção, onde figuram Antonieta Reis Leite e Paula Abreu como vice-diretoras, e Rita Pais como diretora executiva, garantiu estar “empenhada em continuar o trabalho da anterior”.
“Estaremos aqui sempre disponíveis para acolher as diferentes preocupações e sugestões de todas/os e para, em articulação com o Conselho Científico, proporcionarmos as melhores condições para o desenvolvimento da investigação de qualidade e com impacto social que o CES tem vindo a produzir, num ambiente saudável de trabalho”, destacou.
Para além de prometer continuar a lançar candidaturas que projetem a investigação futura do CES, a nova direção evidenciou ainda que pretende “promover os desenvolvimentos institucionais que respondam de forma adequada às necessidades da comunidade e a recomendações externas, nomeadamente da comissão independente”.
Há cerca de dois meses, três investigadoras que passaram pelo CES da Universidade de Coimbra denunciaram situações de assédio num capítulo do livro intitulado “Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade”, publicado pela editora internacional Routledge.
Os investigadores Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins acabaram suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES, até ao apuramento das conclusões de uma comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que são alvo.
O CES foi fundado em 1978 por um conjunto de investigadores e investigadoras, maioritariamente docentes da UC, que procuraram um espaço para um debate crítico sobre a sociedade portuguesa, através de um diálogo interdisciplinar nas ciências sociais e humanidades e para lançar projetos de investigação.
Tiago Santos Pereira juntou-se ao CES há cerca de 20 anos, onde vem desenvolvendo grande parte da sua carreira científica, num ambiente “de abertura e diálogo crítico, com esta equipa plural e de excelência”, primeiro sob “a liderança científica de Boaventura de Sousa Santos” e nos anos mais recentes com “a direção segura de António Sousa Ribeiro”.
“A elevada participação nas recentes eleições para os órgãos sociais é o melhor sinal da motivação e disponibilidade que todas/os temos para continuar a desenvolver a investigação avançada, crítica, de qualidade, com responsabilidade social, que caracteriza o CES”, destacou.
Contactado pela agência Lusa, o CES escusou-se a prestar informações sobre o documento distribuído pela sua comunidade alargada.
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