O anúncio foi feito na sua página da rede social Facebook.
"Transmiti ontem ao presidente do partido a minha indisponibilidade para continuar na função de secretário-geral, e entendo dever prestar uma palavra singela em público, não tendo direito ao silêncio", escreveu, justificando: "Tentei, por todos os meios, perceber e enquadrar-me no caminho que o Chega tem pela frente, mas na ausência de respostas, não encontrei outra solução".
"A minha discordância não se prende com a essência deste partido, na qual continuo a acreditar, nem gera em mim qualquer sentimento (estimulante ou depressivo)", referiu, indicando que continuará militante do Chega e "livre".
Indicando que a sua discordância é "pura, objetiva e bem delimitada", o dirigente afirmou que na sua saída "não há dramas, não há gravidades, não há querelas pessoais", mas "discordância e a assunção da responsabilidade pessoal de ser consequente com ela".
"E na discordância podemos por vezes encontrar formas de dar de nós sem atrapalhar o trabalho principal. Outras, sem solução, devemos simplesmente colocar de lado os egos, os títulos ou as honras, dando espaço a que outros, mais enquadrados no espírito e na missão designada, possam simplesmente dar mais de si do que eu conseguiria neste momento", escreveu.
Tiago Sousa Dias referiu que em novembro do ano passado recusou ser assalariado do partido, considerando que "quem está nos órgãos nacionais não deve ter simultaneamente uma remuneração, o que sempre limitaria a sua liberdade".
"Eu prezo muito a minha liberdade e exercê-la-ei sempre", salientou, afirmando que não abdica "da liberdade de pensar" por si e de se dedicar "apenas ao que verdadeiramente" o motiva.
"Quem me conhece mais profundamente sabe que sempre fui assim e que nunca deverão ter a expectativa, que sempre sairá gorada, de mudar isso em mim", salientou.
No texto, Tiago Sousa Dias disse ter "muito orgulho no trabalho" que desenvolveu enquanto secretário-geral do Chega, "sempre a título gratuito", elencando: "Limpei juridicamente o partido; edifiquei uma nova estrutura jurídica que, com as virtudes e defeitos que possa ter, me parece mais sólida e para o final salvei o partido de um novo pântano que nos custaria o bom resultado que tivemos nestas eleições".
O dirigente demissionário justificou também que se manteve em "silêncio até ao encerramento do processo eleitoral que termina na contagem dos votos da emigração" por "entender que as instituições" são "mais importantes" do que a sua circunstância pessoal.
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