Em declarações à agência Lusa, o sindicalista Luís Esteves adiantou que os pendões, nos quais se pode ler: “Pior escola em Lisboa para trabalhar” e “Escola Secundária Fonseca Benevides – Onde maltratar os trabalhadores é o dia-a-dia!”, visam exigir as conclusões de um inquérito às queixas enviadas à Inspeção-Geral da Educação em novembro de 2023.

Luís Esteves, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, contou que vários trabalhadores da escola - professores, assistentes técnicos e assistentes operacionais – se queixam de serem alvo de assédio moral por parte de dois membros da direção.

“Em outubro de 2023, os trabalhadores da escola (docentes e não docentes) realizaram uma greve contra o assédio moral no estabelecimento escolar e ainda em outubro o sindicato fez um apanhado de situações ocorridas e enviámos a queixa para a Inspeção-Geral de Educação e Ciência, que nos informou em novembro de 2023 que foi aberto um inquérito”, disse.

De acordo com Luís Esteves, vários trabalhadores foram saindo da escola, por “não aguentarem o ambiente que se vive”.

“Têm sido muitos os casos de assédio nestes dois últimos anos. Por exemplo, tivemos o caso de um relatório médico divulgado para mails indevidos, o de uma nossa delegada sindical que foi colocada de castigo num local isolado onde não passavam nem alunos nem professores, ninguém. Esta colega acabou por sair da escola por não aguentar mais, pois já estava num estado de saúde mental complicado, e com a nossa interferência foi colocada noutro agrupamento”, contou.

O sindicalista deu também como exemplo o caso de uma funcionária que perdeu o horário do estatuto de cuidadora informal não principal.

“Cuidava do pai. Foi uma situação muito grave. Há muitos casos, alguns sem prova documental, mas são muitos os relatos. Consideramos que a diretora e a subdiretora da escola não têm condições para estar no cargo", sublinhou.

No entendimento do sindicato, não é possível haver um ambiente saudável com a atual diretora e a subdiretora na direção do estabelecimento escolar.

“Por isso, queremos que de uma vez por todas o Ministério da Educação dê conclusões claras sobre o que está a acontecer. O inquérito foi aberto em 2023. Já passou tempo demais”, concluiu.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto da direção da Escola Secundária Fonseca de Benevides.