“Instamos o governo da Venezuela a suspender o processo (…) que implicaria o desmantelamento definitivo da institucionalidade democrática e seria contrário à vontade popular que foi expressa na consulta de 16 de julho”, indicou a declaração assinada por 13 Estados-membros da OEA.
A declaração foi lida pelo embaixador do Panamá junto da OEA, Jesús Sierra, e foi subscrita pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Perú.
Estes 13 países integram o grupo de 14 Estados que estão a promover a mediação da OEA sobre a crise política na Venezuela. O país que não surge no documento é o Uruguai, uma ausência que não foi explicada até ao momento.
A declaração tem como principal objetivo manifestar a posição dos países signatários perante a convocação da eleição para a Constituinte, mas também mostrar que estes Estados continuam disponíveis para tentar encontrar uma solução para a crise venezuelana, segundo explicaram fontes diplomáticas em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.
O texto insiste “na importância de estabelecer o quanto antes possível um grupo ou um outro mecanismo de facilitação para apoiar um processo de diálogo e de negociação entre o governo e a oposição”.
Os Estados signatários expressaram igualmente a sua “profunda preocupação para com a grave deterioração da ordem democrática na Venezuela, o agravamento da crise e o aumento da violência”.
As representações da Venezuela, Bolívia e Nicarágua junto da OEA manifestaram o seu desagrado pelo facto de órgãos daquela organização estarem a abordar a crise venezuelana sem o consentimento do governo de Caracas.
No próximo dia 30 de julho, os venezuelanos estão convocados para irem às urnas para eleger os mais de 500 membros da Assembleia Nacional Constituinte que irá redigir uma nova Constituição e terá poderes para reorganizar o Estado sem que ninguém se possa opor.
No âmbito da luta contra a Constituinte, as forças da oposição venezuelana convocaram uma greve geral de 48 horas em todo o país que começou hoje.
A Venezuela vive desde 01 de abril uma vaga de protestos, alguns degeneraram em violentos confrontos. Pelo menos 100 pessoas já perderam a vida e mais de mil foram detidas.
No dia 16 de julho, cerca de 7,5 milhões de venezuelanos, dentro e fora do país, participaram numa consulta popular, dos quais 98% respondeu “sim” às três perguntas apresentadas à população: se rejeitavam a eleição de uma Assembleia Constituinte, se pediam às forças armadas para acatarem as decisões do parlamento e se queriam uma renovação dos poderes públicos através do voto.
Comentários