O eletricista da Figueira da Foz é acusado de 37 crimes de burla informática e 38 crimes de fabrico e venda de dispositivos ilícitos, enquanto os restantes 37 arguidos respondem por um crime de acesso ilegítimo e uma contraordenação de detenção de dispositivos ilícitos.
A leitura de sentença decorre às 10:00 no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, tal como aconteceu durante todo o julgamento devido ao elevado número de arguidos.
Na primeira sessão, o eletricista disse estar “arrependido de tudo isto”, explicando que começou por instalar boxes e routers na casa de amigos diretos, tendo depois alargado a atividade devido ao “passa palavra”.
Este acusado apontou ainda situações em que não foi ele que propôs o serviço.
As boxes e os routers que encomendava e programava para depois instalar em casa dos clientes tinham um custo que “rondava os 95 euros”.
O eletricista negou que recebesse o pagamento de qualquer mensalidade ou anuidade pelos serviços.
De acordo com o arguido, esta atividade foi-lhe trazendo “chatices e prejuízos”, devido à pressão da mulher que “sempre foi contra” e porque houve quem não lhe pagasse logo aquando da instalação ou ainda porque o serviço nem sempre funcionava.
Os restantes 37 arguidos são, a sua maioria, também da Figueira da Foz (35).
Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o principal arguido terá comercializado o sistema entre pelo menos 2015 e até janeiro de 2017, altura em que foi alvo de buscas por parte da PJ, que encontrou em sua casa vários recetores, discos rígidos e boxes.
De acordo com o Ministério Público, o arguido cobraria entre 50 a 200 euros pela venda e instalação dos recetores de sinal, sem cobrar qualquer anuidade ou mensalidade pelo serviço.
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