“Dois autocarros com destino a Miragoâne (cidade situada a 100 quilómetros oeste de Porto Príncipe) estavam cheios de passageiros quando homens de Village de Dieu os capturaram”, apontou Méhu Changeux, dirigente da Associação de Proprietários e Motoristas do Haiti (APCH), referindo-se a uma favela de Porto Príncipe que serve como sede de um grupo criminoso.
“Cada autocarro tinha 18 pessoas, além dos condutores”, acrescentou Changeux, sem dar mais informações sobre os possíveis motivos do sequestro.
O rapto das mais de três dezenas de pessoas ocorre numa altura em que o domínio dos grupos armados no país das Caraíbas está a crescer sem que a polícia consiga conter a vaga de insegurança.
Desde junho do ano passado, as autoridades perderam o controlo do único acesso rodoviário que liga a capital a uma zona no sul do Haiti, uma vez que parte da estrada nacional está sob o controlo dos grupos armados.
Méhu Changeux notou que a associação que dirige “pede sempre aos condutores que não utilizem a estrada” até que seja “restaurada a segurança”.
Um apelo que dificilmente é atendido por muitos habitantes, já que viajar pela única estrada alternativa é muito mais caro, referiu Méhu Changeux.
“Ainda há autocarros a correr o risco”, lamentou.
No fim de semana passado, três jovens turcas foram libertadas após um mês em cativeiro. Tinham sido raptadas por um gangue que controla toda a região a leste de Porto Príncipe, até à fronteira com a República Dominicana.
Cinco cidadãos turcos permanecem ainda desaparecidos.
Só em maio, pelo menos 200 raptos foram registados no Haiti pela Organização das Nações Unidas (ONU), a maioria deles em Porto Príncipe.
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