Com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organismo norte-americano, a agência noticiosa France-Presse (AFP) indicou que até domingo as forças russas tinham avançado mais no terreno na comparação com agosto e setembro (477 e 459 quilómetros quadrados, respetivamente).
Estes dois meses já tinham sido marcados por grandes movimentos da linha da frente, particularmente no leste da Ucrânia, em redor da cidade de Pokrovsk.
A região de Donetsk, onde se situa um importante centro logístico, foi um cenário de dois terços dos avanços russos em outubro (324 quilómetros quadrados). As forças de Moscovo estão agora a poucos quilómetros da cidade, para a qual se aproximam pelo sul e pelo leste.
O avanço ilustra as dificuldades com que se depara o exército ucraniano no Leste do país, face aos russos, mais numerosos e mais bem armados.
Os russos também estão a recuperar terreno mais a norte da linha da frente, ao ocuparem, este mês, mais de 40 quilómetros quadrados em direção a Kupiansk, uma cidade capturada pelas tropas russas no início do conflito, em fevereiro de 2022, e depois recapturada pela Ucrânia em setembro de 2022.
A última vez que as tropas do Kremlin obtiveram ganhos territoriais comparáveis foi em março de 2022 quando as operações se estenderam pelo norte do país em direção a Kiev, numa fase do conflito em que a linha da frente era muito mais móvel do que é atualmente.
No final de 2023, as forças russas tinham conquistado 584 quilómetros quadrados de território ucraniano. Desde o início de 2024, já tomaram mais de 2.660 quilómetros quadrados, uma área ligeiramente maior do que a área metropolitana de Moscovo.
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia tinha tomado 67.192 quilómetros quadrados do território ucraniano até 27 de outubro.
Com a anexação da Crimeia em 2014 e os territórios do Donbass controlados pelos separatistas antes da ofensiva russa, Moscovo controla atualmente cerca de 18,2% do território da Ucrânia.
Os cálculos da AFP baseiam-se nos dados fornecidos diariamente pela ISW, que se baseia em informações públicas divulgadas por ambas as partes e na análise de imagens de satélite.
Comentários