Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

A cerimónia em Washington foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

O juramento do novo líder norte-americano foi realizado após a posse do seu futuro vice-presidente, JD Vance, com o qual liderou a nomeação do Partido Republicano, que, em 5 de novembro, venceu as eleições presidenciais contra a candidatura democrata encabeçada por Kamala Harris.

O discurso no Capitólio

Após prestar juramento sobre uma Bíblia herdada da sua mãe, sob a cúpula do Capitólio, o republicano fez um discurso de posse que incluiu uma série de medidas para tornar "os Estados Unidos grandes novamente", o seu lema desde o primeiro mandato (2017-2021).

O magnata prometeu ao país uma "Era de Ouro", para que volte "a ser respeitado em todo o mundo” e uma nação em crescimento que, segundo ele, vai fincar a sua bandeira em Marte.

Estes são alguns dos temas abordados no discurso:

  • Controlar o Canal do Panamá 

Trump prometeu assumir o controlo do Canal do Panamá, rebatizar o Golfo do México e reforçar a tributação dos países estrangeiros, confirmando intenções já expressadas para o segundo mandato na Casa Branca.

  • Sair do Acordo de Paris

O presidente norte-americano vai revogar várias medidas ou políticas do governo anterior, como eliminar os programas de diversidade sexual, retirar o país do Acordo de Paris e decretar uma “emergência energética nacional”, para expandir significativamente a extração de hidrocarbonetos no maior produtor mundial de petróleo e gás.

Com isto, considera-se que Trump vai prejudicar os esforços mundiais para travar o aquecimento global. De recordar que os Estados Unidos são o segundo maior poluidor do mundo, atrás da China, e o maior poluidor da história.

  • Expulsar imigrantes ilegais 

Trump garantiu que vai expulsar "milhões e milhões" de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral.

"Primeiro, declararei o estado de emergência na nossa fronteira sul" com o México, disse o presidente, acrescentando que vai enviar o Exército para patrulhar essa região.

"Todas as entradas ilegais serão imediatamente bloqueadas e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos para onde vieram", acrescentou o presidente republicano.

Verificação de factos 

Como já vem sendo habitual, os discursos de Donald Trump são analisados à lupa para se perceber o que é ou não verdade nas palavras do presidente norte-americano. Este artigo analisa a intervenção de hoje.

Um dia frio que não afasta os apoiantes

A última vez que a cerimónia de tomada de posse de um líder da administração norte-americana decorreu no interior do edifício do Capitólio foi em 1985, quando Ronald Reagan iniciou o seu segundo mandato, num dia em que a temperatura desceu a -14ºC.

Hoje, a sensação térmica em Washington rondava os -10ºC quando Donald Trump tomou posse, mas nem os ventos gélidos intimidaram os milhares de apoiantes do magnata republicano que 'tingiram' a capital norte-americana de vermelho, cor do Partido Republicano.

Para se aquecerem, muitos apoiantes dançavam ao som de músicas do grupo The Village People, que marcaram a campanha eleitoral de Trump.

As reações portuguesas

  • Marcelo Rebelo de Sousa

"Portugal tem uma longa e profícua relação com os EUA, que continuará a cultivar no interesse dos dois povos, incluindo da extensa comunidade de portugueses e lusodescendentes naquele país e do crescente número de norte-americanos no nosso país", referiu o presidente da República, numa nota divulgada no seu site oficial.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se convicto de que "o reforço da relação transatlântica continuará a ser um objetivo comum e uma prioridade para Portugal".

  • Luís Montenegro

“Parabéns, presidente Donald Trump pela tomada de posse como o 47.º presidente dos Estados Unidos da América! Como amigos, parceiros e aliados, Portugal e os Estados Unidos partilham valores e interesses sólidos”, escreveu o primeiro-ministro, numa publicação na sua conta na rede social X em português e em inglês.

Montenegro reiterou o seu empenho “em trabalhar em estreita colaboração” em prol dos objetivos comuns dos dois países. “Uma parceria transatlântica forte é mais importante do que nunca”, sublinhou.

  • António Costa 

“Todo o sucesso para Donald Trump enquanto 47.º Presidente dos EUA”, escreveu o presidente do Conselho Europeu na rede social X, instantes após Donald Trump prestar juramento.

Costa acrescentou que a UE “está desejosa de trabalhar em conjunto” com Washington para “debelar os desafios globais”.

“Juntas, as nossas sociedades podem alcançar grande prosperidade e reforçar a sua segurança comum. É esta a força que tudo aguenta da parceria transatlântica”, acrescentou o ex-primeiro-ministro de Portugal.

*Com agências