"Irei nomear Christopher A. Wray, um homem com credenciais impecáveis, para ser o diretor do FBI", escreveu Donald Trump na sua conta pessoal do Twitter. A nomeação de Wray terá de ser confirmada pelo Senado.
Esta nomeação acontece após a polémica demissão de James Comey, vista pelos críticos como uma forma de travar uma investigação em curso sobre as alegadas interferências russas nas últimas eleições norte-americanas, vencidas por Trump.
O ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn foi obrigado a demitir-se no dia 13 de fevereiro por omitir os repetidos contactos que manteve com o embaixador russo em Washington no ano passado, durante os quais abordou as sanções americanas a Moscovo. Trump terá alegadamente pedido ao ex-diretor do FBI James Comey que abandonasse esta linha de investigação, o que pode configurar uma obstrução à Justiça.
O antigo diretor, que não prestou declarações públicas desde a sua demissão, será igualmente questionado pelos legisladores norte-americanos se Trump exerceu algum tipo de pressão sobre o FBI e a investigação sobre a Rússia.
Trump nega qualquer interferência, bem como rejeita a ideia de um conluio com Moscovo.
Foi nomeado, entretanto, o ex-diretor do FBI Robert Mueller como procurador especial para supervisionar a investigação sobre a alegada interferência russa.
O anúncio do presidente norte-americano acontece um dia antes da muito aguardada audição de Comey, perante o Senado, que será pública e vai decorrer no Comité dos Serviços de Inteligência.
O início da audição de dia 8 de junho está previsto para as 10:00 locais (15:00 em Lisboa). Esta audição será seguida de uma outra audição, à porta fechada, diante dos 15 membros republicanos e democratas que compõem o comité, que estão abrangidos pelo dever de sigilo.
Questionado sobre a audição de James Comey, Trump respondeu: “Desejo-lhe boa sorte”.
Christopher Wray foi procurador-geral adjunto na presidência de George W. Bush, trabalhando em casos de escândalos de fraude corporativa e relacionados com os mercados financeiros dos EUA. De momento está no setor privado, trabalhando nos reconhecidos escritórios de advogados King & Spalding's, refere a Reuters.
Christopher Wray é reconhecido como um veterano da Justiça americana. O advogado “desempenhou um papel chave na supervisão de ações legais e operacionais na luta contra o terrorismo”, segundo a nota biográfica disponibilizada pelos escritórios.
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