Luís Simões falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Livre e do PS sobre a situação em que se encontra a TiN, dona da Visão e de mais 16 marcas, que está em insolvência e tem assembleia de credores marcada para 29 de janeiro.
Atualmente, "estão 94 salários de outubro por pagar, todos os salários de novembro por pagar, os últimos subsídios de férias e de Natal e os últimos seis subsídios de refeição", detalhou o sindicalista.
O grupo conta com 137 trabalhadores neste momento.
Luís Simões apontou os efeitos da crise que a TiN tem na distribuição.
"A certa altura, neste processo, falei com a Vasp porque esta manifestou alguma preocupação com a quebra que será muito grande nas receitas", de "200 mil euros", o que terá impacto na imprensa regional, prosseguiu.
Até porque a Vasp terá dito que "não consegue manter preços sem a TiN", pelo que se aumentar os preços isso vai refletir-se na imprensa regional e local.
"Acho que houve em alguns momentos alguma irresponsabilidade na gestão [da TiN], porque não se pagou à Segurança Social e à Autoridade Tributária", que são os dois maiores credores da dona da Visão e chumbaram o Processo Especial de Revitalização (PER).
A Comissão de Credores tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, Autoridade Tributária, Impresa Publishing, Novo Banco e Representante dos trabalhadores a indicar pela Comissão de Credores. Os CTT e o BCP são membros suplementes desta Comissão.
Luís Simões salientou que é preciso "ter algumas soluções" antes de se chegar a 29 de janeiro.
Algumas dessas soluções podem passar pelo levantamento dos penhores por parte da Autoridade Tributária (AT) e da Segurança Social.
"O Estado não pode perdoar dívidas, mas haverá formas de permitir que a Visão seja um título viável", que se levante penhores e que esta "possa ser vendida, ser sustentável", defendeu.
"Acredito que a solução possa passar por aí, tive a garantia que dentro do quadro legal [o Governo] está disposto a tudo fazer para salvar títulos" por estes "serem fundamentais à democracia" e é importante ter "uma imprensa livre e forte", reforçou.
Esse é um caminho para a AT e a Segurança Social encontrarem formas de "não serem carrascos", "temos que ter soluções" antes da assembleia de credores, insistiu.
Luís Simões disse ainda que uma das questões que gostaria de colocar a Luís Delgado, dono da TiN, era porque não apresentou o plano quando estava a decorrer o PER.
"Porque é que o plano não avançou antes de chegarmos aqui", questionou.
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