À entra do tribunal, Joana Marques, com ironia, comentou que "o tempo do tribunal podia ser aproveitado para coisas melhores", e reconhece que ambos os lados estão desiludidos com o facto de a discussão se ter arrastado até aqui. No entanto, brinca com o facto de não perceber a razão da sua acusação, nem o que levou o grupo a apresentar queixa.

Joana Marques revelou ainda estar interessada em ouvir o julgamento e ter "curiosidade para descobrir as coisas graves que se passaram, porque ainda não percebi".

A advogada da banda pediu que o julgamento fosse à porta fechada, pedido que foi negado pela juíza.

Anjos vs. Joana Marques: do Instagram para o tribunal, o que está em causa neste processo
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Em causa está uma situação que remonta ao ano de 2022, quando os Anjos interpretaram o hino nacional, 'A Portuguesa', numa prova do MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve. Pouco depois desse evento, a humorista decidiu fazer uma piada em torno da atuação. “Será que foi para isto que se fez o 25 de Abril?”, escreveu Joana Marques na legenda de um vídeo que partilhou na rede social Instagram e no qual intercalava a atuação dos Anjos com imagens do júri do programa de talentos da SIC “Ídolos”, do qual fazia parte naquela altura.

Nélson Rosado diz que recebeu ameaças de nacionalistas após vídeo de Joana Marques

Nélson Rosado, da dupla “Anjos”, foi o primeiro a prestar depoimento neste julgamento. O cantor disse na sala do Juízo Central Cível de Lisboa que o grupo recebeu “ameaças de grupos nacionalistas”.

“Fomos obrigados a contratar segurança privada para estar à paisana no meio do público”, explicou.

Este caso chega a tribunal na sequência de um vídeo publicado por Joana Marques, que mostrava partes da atuação da dupla constituída por Nelson e Sérgio Rosado antes de uma prova do MotoGP em Portimão.

Os Anjos cantaram o hino nacional e o vídeo publicado pela humorista continha partes de reações do júri do programa “Ídolos”.

Depois da publicação do vídeo, os cantores decidiram avançar para a Justiça e exigem agora uma indemnização de um milhão e 118 mil euros.

Numa primeira fase, que aconteceu no ano passado, foi tentado um acordo em audiência preliminar, o que não foi alcançado.

Durante a manhã de hoje, Nélson Rosado disse que a dupla musical ainda continua a receber mensagens de ódio por causa do vídeo em questão.

“O vídeo não é uma reprodução daquilo que foi feito, mas sim um vídeo novo, porque cortou partes daquilo que foi a nossa interpretação. (…) A ré cortou partes, há uma parte muito significativa da letra, que é o ‘levantai hoje de novo’, que foi cortada no vídeo da ré”, acrescentou Nelson Rosado.

“Somos acusados de assassinar o hino. Nós não nos enganámos no hino e muito menos somos assassinos”, disse o cantor, considerando ainda que o vídeo teve como objetivo ridicularizar os artistas e que teve como efeito o cancelamento de 11 concertos.

*Com Lusa