Alexis Tsipras, acompanhado por alguns media previamente contactados, permaneceu “cerca de uma hora” no local, junto às localidades balneárias de Mati e Rafina (cerca de 40 quilómetros a leste de Atenas), exatamente uma semana após o incêndio florestal, o mais mortífero registado no país.
“Visitei os locais da tragédia, conversei com os cidadãos, engenheiros, militares e voluntários. A dor é sem precedentes, mas é preciso respeitar todos os que combateram as chamas e que agora lutam para reparar” os danos, escreveu Tsipras na sua conta Twitter.
A televisão pública ERT difundiu imagens onde é visível o primeiro-ministro e líder do Syriza (esquerda), de camisa branca e expressão de consternação, a conversar com responsáveis militares e dos bombeiros, para depois visitar as ruelas de Mati, onde morreu carbonizada a maioria das vítimas quando tentavam escapar às chamas nas suas viaturas ou a pé.
Há uma semana, o primeiro-ministro interrompeu a sua visita à Bósnia-Herzegovina e regressou de urgência a Atenas ao início da noite para se dirigir ao centro de operações dos bombeiros, e quando o fogo ainda lavrava.
O principal partido da oposição (Nova Democracia, ND, conservador) e diversos media criticaram a sua ausência nos locais do desastre no decurso da passada semana, e definiram esta deslocação como “secreta”, uma “visita-relâmpago” e um “espetáculo mediático”, cujo objetivo consistiu em “evitar a ira dos habitantes”.
Yannnis Kefaloyannis, deputado da ND, exprimiu em entrevista à rádio Skaï a exigência do seu partido ao pedir a “demissão” dos responsáveis da gestão operacional do incêndio, numa alusão ao Governo de coligação entre o Syria e o ANEL (direita soberanista).
Enquanto as autoridades (proteção civil, bombeiros e autoridades locais) continuam a proceder à substituição de diversos responsáveis pela gestão, diversos media optavam pela introspeção.
“O que é uma tragédia nacional é a forma como vivemos”, referiu, citado pela agência noticiosa France-Presse, o jornal gratuito AthensVoice, denunciando o problema das construções ilegais como as existentes em Mati.
“A discussão sobre as responsabilidades (…) demonstra que [na Grécia] passamos o tempo a contemplar o elefante na sala e a nada fazer”, sublinhou, numa referência à tendência de numerosos gregos em “violar impunemente as leis”.
O último balanço do fogo florestal mais mortífero da Europa em mais de 100 anos apontava para 91 vítimas mortais e 25 pessoas dadas como desaparecidas.
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