“Estamos a abrir uma nova página na história do desenvolvimento da Turquia”, afirmou Erdogan, na cerimónia de inauguração da ponte de Sazlidere, oeste de Istambul.

Para o governante, este canal, que vai ligar o Mar Negro e o Mar de Mármara, vai “salvar o futuro de Istambul”, garantindo a segurança dos cidadãos e das propriedades.

A Turquia defende que o canal de 45 quilómetros (cerca de 28 milhas) vai aliviar a pressão sobre o estreito do Bósforo e reduzir o risco de acidentes.

Contudo, a oposição acredita que a infraestrutura vai causar danos ecológicos, aumentar os perigos e endividar o país, tendo em conta que o custo do projeto está estimado em 15.000 milhões de dólares (cerca de 12.600 milhões de euros).

“Hoje estamos a lançar as bases de um dos canais mais exemplares a nível mundial”, vincou.

A primeira estrutura do projeto é uma ponte rodoviária com oito faixas e 840 metros, que vai permitir a ligação à rodovia ‘North Mármara’ e, por sua vez, a outras infraestruturas, como um novo aeroporto e uma terceira travessia do Bósforo.

O presidente da Câmara de Istambul e opositor de Erdogan, Ekrem Imamoglu, defendeu que a cerimónia de hoje é “uma ilusão”, notando que a infraestrutura não está ligada ao canal.

“A construção de uma ponte aqui não tem nada a ver com o projeto do canal. Tem a ver com o eixo rodoviário”, apontou, em conferência de imprensa, na quinta-feira.

Em 5 de abril, a Procuradoria turca emitiu mandados de captura contra 10 almirantes na reserva por terem assinado uma carta aberta com críticas ao projeto “Canal de Istambul” defendido pelo presidente Erdogan.

O documento foi assinado por centenas de antigos oficiais militares.

De acordo com o gabinete do Procurador-Geral de Ancara, os 10 almirantes na reserva foram detidos.